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Foto de Ítalo Ferreira com o eclipse foi planejada por 4 meses; veja os bastidores

A fotografia mostra o campeão de surfe Ítalo Ferreira em frente ao eclipse anular do Sol, na tarde deste sábado (14), no Rio Grande do Norte
Imagem: Reprodução/Wikimedia Commons/Twitter

Neste sábado (14), o campeão mundial e olímpico de surfe Ítalo Ferreira apareceu em uma foto surpreendente em frente ao eclipse anular do Sol, no Rio Grande do Norte.

Mas o que parece uma simples e linda imagem, teve um planejamento prévio e complexo. Em um vídeo, o atleta e o fotógrafo Marcelo Maragni mostraram o processo para conseguir o clique perfeito em 5 segundos.

O eclipse começou por volta das 15h no Brasil, formando uma espécie de “anel de fogo” lá pelas 16h40, durante um curto período de tempo. No país, o fenômeno foi visível do Amazonas, Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Paraíba e Pernambuco. Mas sobretudo em Baía Formosa, no Rio Grande Norte, onde nasceu o surfista.

Na fotografia, Ítalo causou o efeito de estar dentro do arco de fogo. Isso porque a Lua estava no ponto mais distante de sua órbita do planeta Terra. Sendo assim, seu diâmetro fica aparentemente menor do que o do Sol, tornando possível a aparição do anel. Veja o resultado:

Como foi feita a foto do eclipse?

O registro, realizado com apoio das marcas Red Bull, Canon e Ford, precisou de estudos científicos e equipamentos especializados para acontecer.

A posição do surfista precisava estar alinhada milimetricamente com o posicionamento da Lua entre a Terra e o Sol. Além disso, há aproximadamente 1 km de distância do surfista, o fotógrafo utilizou rádios para comunicação, dois celulares, óculos de proteção e espelhos para fixar os olhos contra a luz do Sol, evitando o efeito sombra na imagem.

Com todo esse preparo, houve apenas uma única tentativa para capturar a cena, em cerca de 5 segundos. Antes mesmo do grande dia, Maragni testou diversas possibilidades para registrar o raro eclipse. Seus estudos começaram 4 meses antes, com visitas a mais de 20 picos e montanhas ao redor da praia para encontrar o lugar ideal, calculando a angulação exata em que o surfista deveria estar.

“Essa foi uma das fotos mais complexas que já fiz, foram trabalhosas tentativas de encontrar um local com a angulação de azimute, que é um ângulo em relação ao Norte e com uma inclinação específica de altura. Também usei dois celulares para simular um teodolito, que é um equipamento de medição de relevo; coloquei um filtro de densidade neutra na lente para diminuir a luz que entraria na câmera e usei espelhos para refletir a luz do Sol e iluminar o atleta e evitar o efeito de silhueta na imagem do Ítalo que o pôr do Sol costuma causar”, explicou o profissional.

Assista ao vídeo dos bastidores abaixo:

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

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