Depois da fumaça que cobriu Manaus por dias, as queimadas da Amazônia seguem deixando rastros. Agora, registros mostram que a fuligem produzida durante os incêndios dos últimos meses chegou até a neve que cobre as montanhas da Cordilheira dos Andes.
Os registros são de Wilmer Sanchez e foram publicados pelo ClimaInfo na rede social X, via Leandro Barbosa. Confira um vídeo abaixo, no qual é possível ver a fuligem sobre o solo.
No vídeo, podemos ter melhor clareza da fuligem sob o gelo.
Créditos: Wilmer Sanchez
Via: @Barbosa_Leandro pic.twitter.com/6s6V2xeA5H— ClimaInfo (@ClimaInfoNews) October 31, 2023
Entenda o contexto
Naturalmente, os meses de junho a setembro fazem parte do período de seca na Amazônia. Contudo, neste ano, outros fenômenos intensificaram esta condição climática.
Desde junho de 2023, institutos de meteorologia confirmaram a chegada do El Niño nas águas do Oceano Pacífico Equatorial. Em complemento, a água do Oceano Atlântico Tropical Norte está mais quente que o normal, com temperaturas superiores à média histórica.
Combinadas, estas duas condições inibem a formação de chuvas na região – em geral, o El Niño afeta mais a parte norte da Amazônia, enquanto o aquecimento do Atlântico Norte influencia a região sul do bioma. Dessa forma, agravaram a seca amazônica neste ano.
Com o tempo seco, as queimadas se alastram mais facilmente. Usado para limpar terrenos que foram desmatados, o fogo é a ferramenta daqueles que querem abrir campos para pecuária ou plantio na Amazônia.
De acordo com dados do “Programa Queimadas“, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o estado do Amazonas teve sete mil focos de incêndio no mês de setembro. Como resultado, a cidade de Manaus ficou coberta por fumaça, com qualidade do ar sinalizada como péssima.
Agora, a fuligem proveniente dessas queimadas chegaram até a Cordilheira dos Andes.