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Funcionários LGBTQIA+ da Disney planejam greve

Protestos começaram na última terça-feira (15), com uma paralisação de 15 minutos. Uma greve maior está prevista para o dia 22 de março. Entenda o caso

Disney

Imagem: Divulgação/Reprodução Disney

Um grupo de funcionários LGBTQIA+ da Disney planejou uma semana de paralisações presenciais e virtuais em resposta à forma como a empresa se posicionou frente ao projeto “Don’t Say Gay”, que proíbe a discussão sobre questões de gênero em escolas na Flórida, EUA.

A Disney se encontrou no centro da polêmica após fazer uma doação de US$ 5 milhões (cerca de R$ 25 milhões) para a campanha de políticos que apoiam a lei. Funcionários do estúdio Pixar também publicaram uma carta afirmando que os executivos corporativos ordenam que “quase todos os momentos de afeto abertamente gays” dos personagens sejam cortados de seus filmes.

O grupo de empregados do estúdio anunciou uma greve em repúdio às declarações do CEO Bob Chapek após ser revelado que a Casa do Mickey financiou políticos favoráveis à lei. Por meio do Twitter, em uma conta chamada Disney Walkout, o grupo postou uma mensagem explicando que “os trabalhadores e aliados LGBTQIA+ da The Walt Disney Company estão se unindo em solidariedade nas próximas semanas”.

O grupo de funcionários LGBTQIA+ e aliados divulgou uma série de protestos presenciais e virtuais que pedem, entre outras coisas, o fim do financiamento de políticos favoráveis a leis discriminatórias (incluindo o governador da Flórida, Ron DeSantis), a criação de um selo dedicado à criação de conteúdos inclusivos e maior transparência em seus projetos em prol da comunidade LGBTQIA+. 

A postagem foi vinculada a uma carta aberta escrita em parceria com membros da comunidade LGBTQ em toda a Walt Disney Company (incluindo Disney Corporate, Disney Television Animation, Lucasfilm, Pixar, Disney Media and Entertainment Distribution, Disney Streaming, Enterprise Finance, Enterprise Technology/ Segurança da Informação Global e Bento Box). Confira: 

Denominado “Disney Do Better Walkout”, o grupo lançou um site oficial com uma carta de exigências e instruções para funcionários que decidirem aderir ao protesto. “Fomos forçados a uma posição impossível e insustentável. Precisamos agora agir para convencer a Disney a proteger seus funcionários e suas famílias diante desse preconceito descarado e sem remorso”, afirmam os organizadores na página inicial.

“As recentes declarações da liderança da The Walt Disney Company (TWDC) sobre o projeto de lei ‘Don’t Say Gay’ falharam totalmente em corresponder à magnitude da ameaça à segurança LGBTQIA + representada por essa legislação”, escreveram.

“Primeiramente, essas declarações indicaram que a liderança ainda não entende verdadeiramente o impacto que essa legislação está causando não apenas nos membros da equipe no estado da Flórida, mas em todos os membros da comunidade LGBTQIA+ na empresa e além. Embora certamente apreciemos a nota de desculpas de Bob Chapek, ainda há mais trabalho a ser feito”.

A conta também postou o link para um site, chamado whereischapek.com. Lá, o grupo escreveu mais detalhes para as paralisações programadas: os protestos começaram na última terça-feira (15), com a saída em massa de funcionários durante um intervalo de 15 minutos. Uma greve maior está prevista para o dia 22 de março.

Ainda não está claro quantos funcionários da Disney participaram do protesto, pessoalmente ou virtualmente. Até o momento, a Disney não respondeu com comentários sobre a ação do funcionário.

Após vir a público a informação de que a Disney apoia financeiramente os políticos envolvidos no projeto, o CEO Bob Chapek fez um comunicado declarando que continuará com as doações. Segundo o executivo, o maior impacto que a empresa pode ter na criação de “um mundo mais inclusivo é através do conteúdo inspirador que produzimos”.

Durante o Dia dos Investidores de 2022, Chapek admitiu que a posição inicial da empresa estava errada e que a Disney reavaliará sua forma de apoiar a comunidade LGBTQIA+ no futuro.

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