Ciência

Galáxias, nebulosa e mais: veja as primeiras imagens do telescópio Euclides

Lançada em julho, missão visa entender a matéria escura, mapeando cantos desconhecidos do Universo com detalhamento inédito
Imagem: ESA/Euclid/Euclid Consortium/NASA, image processing by J.-C. Cuillandre (CEA Paris-Saclay), G. Anselmi/ Reprodução

A Agência Espacial Europeia (ESA), lançou o telescópio Euclides no início de julho. Nesta terça-feira (7), vieram a público suas primeiras imagens do espaço. Entre os registros, é possível ver galáxias, aglomerados estelares e nebulosas.

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O principal objetivo da missão é explorar a composição e a evolução do chamado “universo escuro”, que consiste na matéria e na energia escura. Apesar de comporem 95% do universo, pouco se sabe sobre elas.

E há um bom motivo: os cientistas não podem vê-las. Contudo, com o avanço das pesquisas espaciais, o que se sabe até agora é que a matéria escura, assim como a energia escura, desempenham um papel significativo na evolução e na estrutura do universo – estrelas, planetas e galáxias.

Na tentativa de registrar e compreender esse mistério, o telescópio Euclides está a cerca de 1,5 milhão de quilômetros da Terra, em um ponto gravitacionalmente estável entre o planeta e o Sol. Confira abaixo as imagens que ele captou da região.

O aglomerado de galáxias Perseus

Veja primeiras imagens do telescópio Euclides

(Imagem: ESA/Euclid/Euclid Consortium/NASA, image processing by J.-C. Cuillandre (CEA Paris-Saclay), G. Anselmi/ Reprodução)

A primeira imagem divulgada do telescópio Euclides apresenta mil galáxias que fazem parte do aglomerado de Perseus. Segundo divulgado, o registro foi feito a cerca de 240 milhões de anos-luz da Terra.

Pela primeira vez, uma imagem consegue capturar tantas galáxias de Perseus e com tamanho detalhamento.

É possível notar também outras 100 mil galáxias no fundo da imagem – muitas delas nunca vistas antes. De acordo com especialistas, elas estão a distâncias ainda maiores da superfície terrestre, de forma que sua luz viajou por aproximadamente dez bilhões de anos até alcançar a Terra.

Muitas dessas galáxias nunca foram vistas antes, e algumas estão tão distantes que sua luz viajou por cerca de 10 bilhões de anos para nos alcançar.

A Nebulosa Cabeça de Cavalo

Veja primeiras imagens do telescópio Euclides

(Imagem: ESA/Euclid/Euclid Consortium/NASA, image processing by J.-C. Cuillandre (CEA Paris-Saclay), G. Anselmi/ Reprodução)

A imagem mais colorida do Euclides mostra a Nebulosa Cabeça de Cavalo, também conhecida como Barnard 33. Ela é um berçário de estrelas quentes, que fica na Nebulosa de Orion. 

Isso significa que está a uma distância de 1.500 anos-luz da Terra, sendo a região de formação de estrelas mais próxima do planeta.

O aglomerado estelar NGC 6397

Veja primeiras imagens do telescópio Euclides

(Imagem: ESA/Euclid/Euclid Consortium/NASA, image processing by J.-C. Cuillandre (CEA Paris-Saclay), G. Anselmi/ Reprodução)

O Euclides também fotografou o aglomerado globular (ou aglomerado estelar) NGC 6397, que fica a cerca 7.800 anos-luz da Terra. Atualmente, ele é o único telescópio capaz de observar cada estrela deste fenômeno em detalhes. 

De modo geral, o desenvolvimento desses aglomerados é moldado pela influência gravitacional da matéria escura. Por isso, pesquisadores acreditam que a missão pode ajudar a mapear a distribuição de matéria escura pela Via Láctea.

Outras galáxias

Outras duas galáxias foram registradas pelo Euclides. A primeira é a espiral IC 342, também conhecida como a “Galáxia Oculta” ou Caldwell 5. Ela está a 10,8 milhões de anos-luz de distância da Terra.

Veja primeiras imagens do telescópio Euclides

(Imagem: ESA/Euclid/Euclid Consortium/NASA, image processing by J.-C. Cuillandre (CEA Paris-Saclay), G. Anselmi/ Reprodução)

Geralmente, cientistas têm dificuldade em vê-la, porque ela fica atrás de estrelas, gás e poeira no plano da Via Láctea. Contudo, o Euclides utiliza seu infravermelho para olhar através destes obstáculos.

A segunda imagem de galáxia registra a irregular NGC 6822, com uma massa que está a apenas 1,6 milhão de anos-luz da Terra. 

Veja primeiras imagens do telescópio Euclides

(Imagem: ESA/Euclid/Euclid Consortium/NASA, image processing by J.-C. Cuillandre (CEA Paris-Saclay), G. Anselmi/ Reprodução)

Segundo especialistas, conforme o Euclides observa mais profundamente o cosmos e volta mais história do universo, galáxias espirais como Via Láctea e a IC 342 devem se tornar menos comuns. Em vez disso, as galáxias irregulares devem aparecer mais frequentemente.

“Nunca vimos imagens astronômicas como estas antes, contendo tantos detalhes. Elas são ainda mais bonitas e nítidas do que esperávamos”, disse René Laureijs, cientista do projeto Euclid da ESA, em comunicado.

Agora, além de permitir ver o universo em detalhes, cientistas esperam que as imagens do telescópio Euclides possam desvendar alguns dos maiores mistérios da física. Nos próximos seis anos, a missão investigará o “universo escuro”, criando um mapa da estrutura que cobre mais de um terço do céu sobre a Terra.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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