Ciência

Goleiro vê e ouve melhor que os jogadores de linha; entenda o por quê

Segundo o novo estudo, os goleiros podem processar sinais multissensoriais com mais precisão e rapidez que os outros jogadores
Imagem: Fabio Menotti/Palmeiras/Reprodução

Os jogadores de futebol que atuam como goleiros percebem o mundo de uma maneira diferente dos demais dentro de campo. De acordo com um novo estudo irlandês, os cérebros dos goleiros são capazes de fundir sinais dos diferentes sentidos mais rapidamente.

Isso significa que eles conseguem cruzar o que se escuta com o que se vê de forma mais rápida. A pesquisa, publicada na Current Biology , descobriu que os goleiros tinham uma reação aos sinais mais rápida em relação aos demais jogadores e às pessoas que não jogavam futebol.

Segundo o levantamento, essa habilidade é essencial para fazer o trabalho de defesa, já que os goleiros precisam agir de forma rápida para fazer uma defesa eficaz.

“Os goleiros precisam tomar decisões rapidamente com informações limitadas”, afirmou ao jornal The Guardian David McGovern, cientista da Dublin City University responsável pelo estudo.

Como o estudo foi feito

Para investigar, os cientistas recrutaram 20 goleiros profissionais, 20 jogadores de campo e 20 pessoas que não jogam futebol profissionalmente, todos homens. Cada participante viu uma ou duas imagens piscando brevemente em uma tela, seguidas por um, dois ou nenhum sinal sonoro.

Normalmente, quando um flash e dois bipes são exibidos em sucessão próxima, as pessoas assumem erroneamente que houve dois flashes. Isso é um sinal de que os estímulos visuais e auditivos foram combinados. À medida que o tempo entre o flash e o sinal sonoro aumenta, porém, a ilusão fica mais fraca.

Os pesquisadores descobriram que os goleiros podiam determinar com precisão o número de flashes e bipes em intervalos de tempo muito menor entre eles, em comparação com outros jogadores e não jogadores de futebol.

Reflexo natural ou treino pesado?

Por fim, ainda não está claro se essas diferenças se dão graças aos rigorosos treinamentos dos goleiros profissionais ou de uma habilidade natural que atrai jovens jogadores para serem goleiros. “Serão necessárias mais pesquisas que rastreiem a trajetória de desenvolvimento de aspirantes a goleiros para descobrir essas possibilidades”, completou McGovern.

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Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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