Depois de críticas por envolvimento militar, Google quer investir em projetos de IA para o bem
O Google enfrentou muita repercussão adversa desde que o Gizmodo revelou em março que a empresa estava ajudando o Departamento de Defesa dos Estados Unidos a desenvolver uma inteligência artificial que pudesse ser usada para analisar imagens de drones como parte do Project Maven, do órgão governamental.
Internamente, o programa irritou vários funcionários do Google e membros da comunidade de inteligência artificial. O Google, por fim, decidiu não renovar seu contrato para o Project Maven e divulgou um conjunto de princípios para guiar seu uso de inteligência artificial.
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Agora, a empresa está se assegurando de que o mundo saiba de seu compromisso em encontrar maneiras de usar a inteligência artificial para beneficiar a humanidade, por meio de um projeto com um nome explícito: AI for Social Good (“Inteligência Artificial pelo Bem Social”, em tradução livre”).
O Google anunciou, nesta segunda-feira (29), que, sob a nova iniciativa, a empresa se comprometeu a doar US$ 25 milhões em subsídios para projetos de inteligência artificial humanitários que ajudam em questões como o combate ao tráfico humano, assistência médica, socorro em desastres e conservação do meio ambiente.
O concurso, apelidado de AI Impact Challenge, está solicitando inscrições de instituições sem fins lucrativos e de empresas com fins lucrativos voltados para missão social até 22 de janeiro.
O CNET noticiou que, durante o evento de anúncio no escritório do Google em Sunnyvale, na Califórnia, o chefe de inteligência artificial da companhia, Jeff Dean, não mencionou nenhuma das polêmicas recentes sobre a empresa desenvolver inteligência artificial para o Pentágono. Durante coletiva de imprensa após o evento, Dean teria dito que o programa “não é uma reação” às notícias recentes.
Um porta-voz do Google também disse ao Gizmodo que a empreitada AI for Social Good não era uma resposta ao Project Maven.
No evento da segunda-feira, o Google mencionou alguns esforços humanitários de inteligência artificial — como uma colaboração com a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA para criar uma IA que ouve os sons das baleias para que empresas de navegação evitem espécies ameaçadas.
“Estamos todos lidando com questões de como a IA deveria ser usada”, Dean disse durante o evento, segundo o CNET. “A inteligência artificial realmente tem o potencial de melhorar as vidas das pessoas.”
Em meio a esse novo foco em maneiras de usar a tecnologia para o bem, esperamos que alguns executivos do Google também estejam refletindo sobre a miríade de formas que sua tecnologia também pode ser usada para propósitos nefastos.
[CNET]
Imagem do topo: Getty