Engenheira do Google bate recorde ao conseguir calcular 31,4 trilhões de dígitos do número pi
Caso não tenha apitado aí no seu calendário, hoje é o dia do pi — uma data que faz mais sentido nos EUA, pois a estrutura é mês/dia, portanto 3/14, os três primeiros algarismos do número pi. Uma pessoa que está festejando muito esta data é a engenheira do Google Emma Haruka Iwao.
Antes de falar por que Emma Haruka Iwao está feliz, vale lembrar que o pi é uma constante, fruto da razão entre a circunferência de um círculo e seu diâmetro. Para cálculos matemáticos na escola, na maioria das vezes é usado o número 3,14. Para quem faz cálculos cosmológicos, são necessários 39 dígitos para atingir a precisão do átomo de hidrogênio. No entanto, na computação, um monte de gente tenta calcular o maior número de dígitos possíveis da constante para mostrar poderio computacional ou para bater recordes mesmo.
A engenheira do Google conseguiu 31,4 trilhões de dígitos e levou quase quatro meses (mais precisamente, 121 dias). A título de curiosidade, o recorde anterior era de Peter Trueb, que tinha conseguido 9 trilhões de dígitos.
O feito de Emma, como o de Trueb, só foi atingindo graças à computação. No caso dela, foi o y-cruncher (um programa de referência para cálculo do pi) em máquinas virtuais gerenciadas no Google Cloud Platform (GCP), consumindo 170 terabytes em dados. Isso tudo ficou sendo executado por quatro meses ininterruptos até esta quinta-feira (14).
É interessante pensar que a primeira vez que calcularam o pi foi há 2.000 a.C. e até hoje a constante intriga pesquisadores. Inclusive, a própria Haruka já se interessava pelo número quando era criança. “Primeiro quis calcular Pi quando tinha 12 anos, muito antes de saber muito sobre matemática. Quando ganhei acesso à internet, em 1995, consegui baixar um programa que me ajudou a calcular um milhão de dígitos”, disse Emma em um blog post.
Antes dos computadores, o maior número de dígitos era mil, e eles foram todos calculados à mão. Com a introdução das máquinas nos cálculos no fim da década de 40, o número de dígitos subiu para 2 mil. Desde então, a quantidade de algarismos só tem crescido. No caso da Emma, além de ser a atual recordista, ela pode se gabar de ser a primeira a atingir esse feito usando computação na nuvem.