Gripe aviária causa morte de criança no Camboja
Uma menina de 11 anos morreu na última semana após contrair gripe aviária (H5N1) na província de Prey Veng, no Camboja. O país não registrava casos da doença em humanos desde 2014.
As autoridades testaram 12 pessoas que tiveram contato próximo com a criança, mas apenas uma, o pai da menina, testou positivo. Apesar do resultado, o adulto não apresentava sintomas e não apresentou evolução do quadro.
O vírus não infecta humanos facilmente e a transmissão entre humanos é considerada rara. Os cientistas ainda não sabem dizer se o pai e a filha tiveram contato separado com aves infectadas ou se aconteceu a transmissão de um para o outro.
Não há tratamento para a gripe aviária. Nos últimos 20 anos, cerca de 900 pessoas foram infectadas pelo vírus, com metade delas indo a óbito. No entanto, a taxa de mortalidade pode parecer maior do que realmente é, já que nem todas as pessoas que contraem o H5N1 apresentam sintomas ou são testadas.
Vale dizer que a variante detectada no Camboja é endêmica no país e não tem relação com aquela que está causando surtos em aves na Europa e nos EUA. Só no país americano, mais de 58 milhões de aves morreram ou foram abatidas desde fevereiro de 2022 devido ao vírus.
Os cientistas, no entanto, não consideram a morte da criança no Camboja como um episódio alarmante. Poucas pessoas são vítimas da doença e a transmissão entre humanos segue rara. O ocorrido, apesar de trágico, não muda o cenário epidemiológico da infecção.
De toda forma, é preciso ficar atento. Conforme o vírus atinge mais mamíferos, como raposas e ursos, aumenta-se a chance de mutação. Isso sim preocupa especialistas, pois sem o controle da doença, há o risco do H5N1 evoluir e, no futuro, atingir humanos com mais facilidade.