Guerra do futuro: Força Aérea americana quer jatos com IA em combates aéreos

Apesar do vasto apoio da classe militar, a inovação da Força Aérea dos EUA preocupa ativistas dos direitos humanos, pois máquinas de guerra automatizadas podem mudar a história da humanidade. 
Jato Valkyrie é a mais nova arma da Força Aérea americana que utiliza IA
Imagem: U.S. Air Force/Divulgação

De acordo com uma reportagem do New York Times, publicada no domingo (27), a Força Aérea americana quer um investimento multibilionário do governo para desenvolver cerca de duas mil aeronaves pilotadas por IA.

O carro-chefe dessa empreitada é a aeronave Valkyrie XQ-58A, ainda em fase de testes, que opera sob inteligência artificial. O Valkyrie representa um dos principais avanços da Força Aérea americana para aproveitar os recursos da IA na criação de novos jatos. 

Além disso, o Valkyrie marca o início dos jatos que poderiam ser de grande auxílio para a frota da Força Aérea americana, sendo o potencial braço direito dos pilotos, com a missão de integrar a IA e seus sensores para identificar e avaliar ameaças inimigas e, após a autorização humana, eliminar o alvo.

O jato possui um motor de foguete, consegue cruzar longas distâncias e seu design permite carregar mísseis capazes de atingir alvos além do alcance visual.

Portanto, o Valkyrie fornecerá proteção aos pilotos em outras aeronaves e, conforme a matéria do NY Times, são “ideais em missões suicidas”, ou seja, quando o oficial dificilmente consegue voltar com vida.

Primeira simulação de combate da Valkyrie já tem data

Em julho deste ano, o Laboratório de Pesquisas da Força Aérea dos EUA conseguiu realizar o primeiro voo do Valkyrie XQ-58A usando IA.

Valkyrie decola de base da Força Aérea americana em julho deste ano.

Decolagem do Valkyrie durante seu primeiro teste. Imagem: Eglin Air Force Base/Divulgação

Agora, o próximo passo ocorrerá ainda no final deste ano. A aeronave fará um teste para criar sua própria estratégia para “perseguir e eliminar um alvo” no Golfo do México.

De acordo com a Força Aérea americana, o desenvolvimento atual visa testar a capacidade de voo da aeronave e o software de IA, portanto a Valkyrie não carregará armas. O combate em simulação será com um inimigo “imaginário”, mas o piloto IA a bordo será programado para acreditar em uma ameaça real.

Projeto bilionário da Força Aérea preocupa organizações de direitos humanos

O New York Times reportou que cada Valkyrie custará entre US$ 3 e 25 milhões. A estimativa total chega à casa dos US$ 6 bilhões durante os próximos seis anos. No entanto, o governo americano ainda não avaliou o pedido, que depende da aprovação do congresso para liberar a verba.

Além disso, apesar do vasto apoio da classe militar, a inovação da Força Aérea dos EUA com IA preocupa ativistas dos direitos humanos, pois máquinas de guerra automatizadas podem mudar a história da humanidade. 

“[O uso de IA] ultrapassa uma linha moral ao terceirizar o combate a máquinas – permitindo que sensores de computadores, em vez de humanos, tirem vidas”, disse Mary Wareham ao NY Times.

Wareham é a diretora da divisão armamentista do Human Rights Watch, grupo que propões normas internacionais para limitar o uso de armas letais autônomas.

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