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[Hands-on] Tello: um drone divertido para principiantes e bom para fotos

Os drones não são gadgets necessariamente baratos e que você encontra em qualquer canto por aí. Sabendo dessa necessidade de ter um produto mais acessível e que tente educar as pessoas sobre qual é a de um drone, para quê ele serve e como é controlar um, as chinesas Ryze e DJI fizeram o Tello. […]

Drone Tello

Guilherme Tagiaroli/Gizmodo Brasil

Os drones não são gadgets necessariamente baratos e que você encontra em qualquer canto por aí. Sabendo dessa necessidade de ter um produto mais acessível e que tente educar as pessoas sobre qual é a de um drone, para quê ele serve e como é controlar um, as chinesas Ryze e DJI fizeram o Tello.

Ele é um droninho quadricóptero que pesa pouco menos de 100 gramas equipado com a bateria. O Tello vem equipado com uma câmera de 5 megapixels com estabilização eletrônica que capta fotos e vídeos em HD. A velocidade de voo dele pode chegar a 8 m/s e a altitude máxima atingida por ele é de 30 metros; a distância máxima, 100 metros.

O dispositivo conta com uma bateria removível de 1,1 ah (ampére-hora), o que dá a ele um autonomia de 13 minutos. Para carregar a bateria, basta conectá-la ao drone e usar qualquer carregador micro-USB.

Ok, mas como que é essa belezinha na prática? Bem, configurar e começar a usar o Tello é bem fácil. Dá para controlá-lo por meio de um sistema de programação em bloco — aliás, este é um dos usos recomendados do gadget, pois pode ajudar crianças a criarem instruções para o drone. É possível, usando o app droneblocks, programar o dispositivo para executar algumas funções — pode ser uma forma divertida de aprender o básico da programação; em vez de só executar códigos no computador, dá pra ver na prática um drone “obedecendo” as tarefas.

No meu caso, instalei o app do Tello no smartphone (tem app para iOS e Android), me conectei via Wi-Fi ao aparelho e já comecei ver a câmera do droninho ativa.

A tela do smartphone vira um console de controle. À esquerda, você ajusta a altura do voo e para qual lado ele deve girar. No lado direito, há direcionais (pra frente, pra trás, esquerda e direita). Até aí parece videogame a parada, né? Mas o controle pode ser um pouco complicado — ou eu sou um verdadeiro bração na condução de drones.

Bom, após fazer ele voar, leva um tempo até se acostumar com os controles. Tanto é que minha primeira experiência foi brincar com ele no escritório. Em um ambiente controlado, deu para fazer uns pequenos vídeos, tirar algumas fotos e não destruí-lo na parede.

Agora no ar livre, as coisas começam a ficar mais difíceis. Acabei usando o drone em dias com bastante vento, e aí devemos lembrar que este é um drone de 100 gramas. Então, em qualquer rajada ele fica instável — em alguns casos, o vento era tanto que o drone ia indo para o lado sozinho. O que me restava era tentar estabilizá-lo com o console via app no smartphone.

Fora o controle, os comandos para foto e vídeo são super simples. Ao voar com ele, basta tocar no disparador e ele capta a imagem. De modo geral, as fotos em ambientes claros são bem boas, com definição aceitável e cores bem vivas. Aliás, o Tello teve uma boa serventia para mim. Durante o teste, rolou uma baita ventania e quis checar se a tampa da caixa d’água de casa tinha voado. Aí fui lá com o drone, voei até a altura da caixa d’água e tirei uma foto. Um gasto a menos com uma possível queda da escada.

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Com vídeo a coisa fica um pouco mais difícil. Lógico, ele grava vídeos, mas a qualidade não é das melhores. A culpa parece ser pelo fato de estar usando a conexão Wi-Fi. Em alguns momentos, alguns quadros geralmente se perdiam. Suspeito que seja interferência, pois a gravação ocorreu em locais com muitas redes ao redor — mais especificamente no Largo da Batata, na região de Pinheiros, em São Paulo

(Após publicarmos o texto, o leitor HSavior deu como sugestão usar um extensor de Wi-Fi para melhorar a captação de vídeo)

Bem, controlar o drone para filmar apenas no console pode ser complicado por causa da estabilização ou mesmo pela falta de habilidade em conduzí-lo para cima ou para baixo. O bacana é que o app do Tello conta com uma série de modos de voo. O mais legal é o “Up and away”. Nele, o drone simplesmente vai se afastando para trás enquanto sobe. Dá um efeito bem interessante e não exige nenhum esforço: só selecionar o modo de voo e ele faz tudo sozinho.

Outro bacana é o “circle” em que o drone fica circulando ao redor da pessoa com o controle. Tem uns modos que eu não entendi muito, com o “bounce mode”, que ficava alterando a altitude entre 0,5 m e 1,5 m. Tem ainda um que modo curioso que é o “throw & go” que, como sugere o nome em inglês, você o aciona o comando, pega o drone na mão e o “atira”, fazendo com que ele fique parado no local.

De modo geral, foi divertido usar o Tello. Eu nunca tinha mexido num drone antes, então deu para entender um pouco a lógica do aparelho e seu funcionamento. No meu caso, serviria para tirar algumas fotos e para diversão — perto de casa, tem uns crápulas que usam drone para cortar a linha de pipas (!!!). Nos EUA, ele sai por US$ 100; por aqui, em varejistas, você pode achar com preços que variam entre R$ 499 e R$ 715.

Aliás, se for comprar, é legal adquirir algumas baterias extras— lembre-se dura um pouco mais de 10 minutos e isso é pouco; a título de comparação, um drone Spark, da DJI, tem autonomia de 15 minutos, com a vantagem de ter estabilização óptica e ser mais parrudo. Assim que acaba, o app começa a notificar o usuário e, em alguns casos, diz que o drone não pode mais voar; ter alguma bateria extra ajuda a não estragar o barato da diversão. Cada um sai por em média R$ 100, mas, em alguns lojas os itens são vendidos em um bundle junto com o Tello.

Se você precisar de vídeo de boa qualidade, o jeito é recorrer a algum aparelho da DJI com melhor estabilização e que seja mais parrudo — se for o caso, tem o Spark, que já citamos anteriormente, que é parrudo e pode render boas imagens, inclusive em vídeo. Com o Tello, a ideia é introduzir as pessoas no mundo dos drones e curtir adoidado.

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