História original de “A Pequena Sereia” não tem “felizes para sempre”; saiba mais

“A Pequena Sereia” é baseada no conto de Hans Christian Andersen, lançado em 1837. No entanto, a animação da Disney é bem diferente da história original
A Pequena Sereia
Imagem: Divulgação/Disney

O live-action de “A Pequena Sereia” chega aos cinemas nesta quinta-feira (25)! E está sendo anunciado como uma releitura do clássico musical de animação da Disney, vencedor do Oscar em 1989. A produção é baseada no conto de Hans Christian Andersen, do no século 19, mais precisamente de 1837. 

No entanto, o que muitos não sabem é que a história original de “A Pequena Sereia” é diferente da animação da Disney. O final é bem macabro.

Começando que no conto, os personagens não têm nome. Ou seja: a protagonista chama-se Pequena Sereia, enquanto Eric e Úrsula são usados apenas nos filmes, nomeados como Príncipe e Feiticeira do Mar.

Na época, os personagens dos contos de fadas não tinham nomes próprios, sendo associados com a posição social que tinha (rei, princesa, camponês, etc) ou o que eram (Dragão, Cão, etc). A história original, assim como a animação da Disney, acompanha a filha mais nova do rei do mar, que anseia por viver na superfície. 

A Pequena Sereia

O live-action de “A Pequena Sereia” tem estreia prevista para 26 de maio – Imagem: Divulgação/Reprodução Disney

Diferença entre animação e conto original

Ao contrário da animação, que mostrava que o rei tinha sete filhas como uma associação à famosa expressão “sete mares”, o viúvo só tinha seis filhas. Além disso, no conto original as irmãs são bastante presentes, tanto que até ajudam a Pequena Sereia em várias situações ao longo da história.

Na trama, elas também tinham uma avó, mãe do Rei e rainha do oceano, que contava para as netas sobre a vida dos seres marinhos e dos humanos. Ao contrário da rivalidade entre o Rei Tritão com os humanos, a primeira versão mostra que não havia inimizade. Apenas uma indiferença entre os seres do mar com os da terra.

Inclusive, havia um ritual de que, ao fazer 15 anos, era permitido que as sereias fosse até a superfície e conhecessem o lado exterior. O livro até narra a experiência das irmãs da Pequena Sereia, mas com o tempo, as outras vão perdendo o interesse do mundo dos humanos, menos a caçula.

A Pequena Sereia

“A Pequena Sereia” tem estreia prevista para 26 de maio – Imagem: Divulgação/Disney

Amor pelo príncipe 

Certo dia, a protagonista salva um príncipe de se afogar em alto mar, e se apaixona por ele. Logo, a Pequena Sereia descobre que humanos vivem menos que sua espécie, mas que ganham a vida eterna por terem uma alma. Depois de salvar o príncipe do naufrágio, ela decide que quer ir para o mundo dos humanos para reencontrá-lo e também para conseguir sua vida eterna. 

Diante disso, a jovem decide fazer um pacto com uma bruxa do mar e oferece sua voz em troca de um par de pernas. Diferente do desenho da Disney, a vilã corta a língua e tira a voz da sereia. No entanto, a feiticeira alerta que a garota ainda irá sofrer com as novas pernas. Isso porque a cada passo, ela sentirá muita dor a ponto de sangrar – mas isso não impede da sereia seguir adiante com o pacto.

O trato com a bruxa exige que a Pequena Sereia se case com seu grande amor em poucos dias e, caso ele ficasse com outra mulher, ela vira espuma do mar e morreria. Na parte em que a protagonista chega na superfície, mais mudanças podem ser notadas. A Ariel do conto de fadas é extraordinariamente graciosa quando chega na terra, ao contrário da sua versão animada. Na história original, esse atributo chama a atenção do príncipe.

A Pequena Sereia

“A Pequena Sereia” tem estreia prevista para 26 de maio – Imagem: Divulgação/Disney

Sem felizes para sempre

No conto, Ariel consegue achar o príncipe, mas não consegue falar, então fica dançando para ele sem parar. Muda, ela não consegue contar que foi ela que o salvou do naufrágio e o mesmo acaba se casando com outra princesa, já que estava prometido para ela e acreditava que essa outra mulher o tinha salvo. Em uma reviravolta violenta, a Pequena Sereia aceita seu destino, mas suas irmãs suas aparecem e lhe entregam uma adaga de prata, negociada com a Feiticeira. 

Para ter sua cauda de volta, a Pequena Sereia precisa matar o Príncipe. A jovem chega até a cama do amado, que está dormindo, mas se recusa a assassiná-lo. Ao amanhecer, a protagonista se transforma em espuma, mas, ao contrário do acordado, seu destino não estava selado.

Ao final, ela se torna uma filha do ar, um ser divino que silenciosamente ajuda os humanos, e depois de trezentos anos de sentença, ela finalmente pode ter uma alma eterna.

Rayane Moura

Rayane Moura

Rayane Moura, 26 anos, jornalista que escreve sobre cultura e temas relacionados. Fã da Marvel, já passou pela KondZilla, além de ter textos publicados em vários veículos, como Folha de São Paulo, UOL, Revista AzMina, Ponte Jornalismo, entre outros. Gosta também de falar sobre questões sociais, e dar voz para aqueles que não tem

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