Homem que diz ter inventado bitcoin deve pagar bilhões em criptomoeda para família de parceiro

O australiano Craig Wright diz que ele é Satoshi Nakamoto, o inventor do bitcoin. Família de seu ex-companheiro de negócio quer metade da sua riqueza.
Craig Wright diz ser Satoshi Nakamoto, o inventor do bitcoin
YouTube/BBC

Um homem que insiste que ele á a pessoa por trás da identidade de Satoshi Nakamoto, o inventor do bitcoin, foi ordenado a pagar metade de suas criptomoedas para um homem que parece ser seu antigo parceiro de trabalho.

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Uma corte distrital dos Estados Unidos determinou nesta terça-feira (27) que o engenheiro da computação australiano Craig Wright deve pagar uma compensação a David Kleiman, que Wright sugeriu ser seu parceiro nos negócios antes de ele morrer em 2013.

Segundo o Guardian, o juiz da Flórida ordenou a Wright que pague metade da quantia de bitcoin que ele ganhou entre 2009 e 2013, e metade da propriedade intelectual que ele possuía na época da morte de Kleiman. O preço do bitcoin varia bastante, mas os ativos reais de Satoshi Nakamoto valem cerca de US$ 10,45 bilhões. Portanto, Wright deve pagar pouco mais de US$ 5 bilhões em criptomoedas. No entanto, a corte ainda não determinou quanto em bitcoin que Wright realmente tem.

A suspeita pública de que Wright era o verdadeiro Nakamoto começou em 2015, quando o Australian Taxation Office investigou as conexões de bitcoin de Wright, e a polícia federal local invadiu sua casa em Sydney. Wright foi na onda dos rumores e afirmou que ele era, de fato, Nakamoto em 2016, mas suas alegações absurdas foram desafiadas por muitos especialistas em criptomoedas. Na época, ele sugeriu que havia recebido assistência de um especialista em computação forense que havia sido ligado às origens do bitcoin, no caso o tal especialista era  Kleiman.

Esta revelação inspirou o irmão de Kleiman a começar uma batalha judicial para descobrir o seu “tesouro enterrado de bitcoin”. Em 2018, responsáveis por Kleiman processaram Wright, alegando que ele minerou bitcoin com Kleiman, e Wright tem tentado manter as criptomoedas obtidas por ambos só para ele — o que a ação reclama equivale a cerca de 1 milhão de bitcoins — privando a propriedade de Kleiman da metade do que deveria possuir.

A ordem judicial desta semana parece ser uma vitória para os familiares Kleiman, mas Wright insiste que não pode acessar os bitcoins dele. De acordo com o Guardian, Wright explicou ao tribunal que em 2011 ele estava preocupado com a crescente associação de bitcoins com atividades ilícitas, então ele criptografou suas criptomoedas e o colocou em um trust cego, então a chave foi dividida em várias fatias, que foram dadas a Kleiman que acabou espalhando para outras pessoas. Wright afirma que ele não pode remover a criptografia do arquivo até que ele obtenha uma chave que será entregue por um mensageiro no início de 2020. O Guardian reporta que o juiz Bruce Reinhart disse durante o julgamento que as declarações de Wright eram “inconcebíveis” e que suas declarações eram inconsistentes.

“Durante o testemunho dele, não pareceu que o doutor Wright estava falando a verdade”, disse Reinhart, segundo o Guardian. “Quando era favorável a ele, o doutor Wright parecia ter uma ótima memória e um atenção escrupulosa aos detalhes. Quando não, ele era beligerante e evasivo”.

O juiz disse no início do julgamento que a corte não iria definir se Wright é Nakamoto ou quanto em bitcoins que ele acumulou. Então, esta saga parece estar longe do fim.

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