A Huawei tem um plano B caso a tensão com os Estados Unidos aumente. Um executivo da companhia revelou que eles desenvolveram um sistema operacional para smartphones e computadores, que pode passar a ser usado se as soluções das empresas americanas não estejam mais disponíveis caso haja alguma sanção do governo.
A empresa, que é líder no mercado de smartphones na China, utiliza o Android em seus celulares e o Windows nos computadores. A revelação foi feita por Richard Yu Chengdong, chefe da divisão mobile da Huawei, ao jornal alemão Die Welt.
Uma pessoa envolvida com o assunto disse ao South China Morning Post que a Huawei começou a desenvolver seu próprio sistema operacional em 2012, depois que os Estados Unidos realizaram uma investigação sobre eles e sobre a ZTE.
“A Huawei tem sistemas alternativos disponíveis, mas apenas para o uso em circunstâncias extenuantes. Não esperamos usá-los, e para ser honestos, não queremos usá-los”, disse um porta-voz da Huawei na última quinta-feira (14). “Apoiamos completamente os sistemas operacionais de nossos parceiros – adoramos usá-los e os nossos consumidores também. Android e Windows sempre permanecerão a nossa prioridade”.
As empresas americanas monopolizam o mercado de sistemas operacionais. O iOS, da Apple, e o Android, do Google, possuem 99,9% do mercado global de celulares, de acordo com uma estimativa da Gartner liberada no ano passado.
A fabricante de equipamentos de telecomunicações chinesa ZTE já foi proibida de usar produtos e serviços americanos, após uma proibição governamental dos EUA.
O clima entre Huawei e Estados Unidos não está legal há alguns meses. Os episódios esquentaram com a briga comercial entre EUA e China e piorou quando os EUA acusaram a companhia de roubar segredos comerciais, violar sanções econômicas ao Irã e representar um risco para os países que adotam seus equipamentos de telecomunicações. A Huawei nega.
Em um dos últimos capítulos, a empresa processou o governo dos Estados Unidos por restringir as agências federais de usar seus produtos. A Huawei quer forçar o governo dos EUA a mostrar o que ele tem de concreto para barrar a tecnologia da companhia.
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