IA consegue detectar palavras a partir de pensamentos com até 73% de precisão

Nova tecnologia da Meta promete melhorar vida de pacientes que não conseguem se comunicar, embora ainda haja muito trabalho a ser feito
IA consegue detectar palavras a partir de pensamentos com até 73% de precisão
Imagem: Milad Fakurian/Unsplash/Reprodução

Pesquisadores da Meta, empresa responsável pelo Facebook, estão desenvolvendo uma inteligência artificial (IA) capaz de decodificar a linguagem humana. Os cientistas esperam que a nova tecnologia seja capaz de ler as ondas cerebrais de uma pessoa, adivinhando o que o indivíduo gostaria de dizer apenas com base em seus pensamentos

A iniciativa ajudaria pessoas que sofreram lesões cerebrais traumáticas e não conseguem se comunicar falando, digitando ou fazendo gestos. Para testar a funcionalidade da IA, a equipe analisou a atividade cerebral de 169 participantes adultos saudáveis ​​que ouviram histórias e frases em voz alta. Escritores como Ernest Hemingway e Lewis Carroll tiveram suas obras citadas na pesquisa. 

Então, os cientistas submeteram as informações obtidas a um programa de IA. Antes disso, o software já havia recebido 56 mil horas de gravações de fala de 53 idiomas. A premissa é simples: a IA deve encontrar padrões, observando o comportamento do cérebro em determinadas palavras e adivinhando o que a pessoa está pensando.

Nos testes, o programa citou a resposta certa em suas dez primeiras suposições em 73% das vezes, o que foi considerado um bom resultado pelos cientistas. Porém, há muito trabalho pela frente. 

O aparelho de magnetoencefalografia usado para medir as ondas cerebrais de maneira não invasiva é caro e inacessível. Além disso, a IA só foi capaz de decifrar as informações corretamente porque recebeu uma lista finita de possibilidades, o que não aconteceria no mundo real.

Por fim, o software se concentrou em pessoas que estavam ouvindo uma história, o que é menos relevante para pacientes que não conseguem se comunicar. Para estes indivíduos, o ideal é que a IA pudesse descrever a sensação de fome, o desconforto ou mesmo respostas curtas como “sim” ou “não”.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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