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IA vai ajudar a encontrar companhia para planta “mais solitária” do mundo

A IA funciona por um algoritmo de reconhecimento de imagem para identificar as plantas por suas formas.

Cientistas contam com a ajuda da IA (Inteligência Artificial) para encontrar companhia para planta mais solitária do mundo. A planta em questão é da espécie Encephalartos woodii, considerada extinta. Atualmente, todos os membros existentes são clones machos, impossibilitando, portanto, a reprodução natural.

A única planta conhecida da Encephalartos woodii foi descoberta em 1895, na África do Sul, por John Medley Wood, que batizou espécie. Nas décadas seguintes, cientistas removeram os caules e os ramos e cultivaram essas plantas em jardins.

Em 1916, as autoridades da África do Sul removeram a planta da natureza, colocando em um espaço de proteção, tornando-a uma espécie extinta na natureza.

Agora, um projeto de pesquisa da britânica Universidade de Southampton está usando a IA para vasculhar milhares de quilômetros da floresta Ngoye, na África do Sul, para achar uma companheira para a planta mais solitária do mundo. 

Drones e IA

Laura Cinti, uma das pesquisadoras da Universidade de Southampton, lidera o estudo. Este é o primeiro projeto a usar drones e IA para encontrar uma fêmea dessa espécie de plantas. Cinti diz que a história da E. woodi a inspirou, pois é similar a “um romance de conto de fadas”.

“Espero que haja uma fêmea por aí em algum lugar, afinal de contas, em algum momento da história, já houve. Seria incrível trazer de volta o processo de reprodução natural para esta planta, hoje tão perto da extinção”, diz a pesquisadora.

De acordo com o estudo, a IA analisa as imagens da floresta capturadas por drones. A IA funciona por um algoritmo de reconhecimento de imagem para identificar as plantas por suas formas. “Geramos imagens de plantas e as colocamos em diferentes ambientes ecológicos para treinar o reconhecimento da IA”, afirma Cinti.

É a primeira vez que um estudo vai explorar essa floresta para determinar a existência de uma fêmea da espécie de planta Encephalartos woodii. Porém, vale ressaltar que, até o último domingo (16), drones mapearam somente 2% da área.

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