Faz um ano que usuários da QuadrigaCX, uma empresa de criptomoeda do Canadá, foram informados de que o CEO da empresa morreu inesperadamente, levando a senha que mais acessava o dinheiro de suas contas para o túmulo. E agora, esses clientes querem saber o que há dentro desse túmulo.
A maioria dos ativos da QuadrigaCX foi mantida offline em “armazenamento a frio”, com uma senha conhecida apenas pelo CEO de 30 anos, Gerald Cotten. Em 14 de janeiro, a empresa postou um aviso no Facebook anunciando que Cotten havia morrido um mês antes “devido a complicações com a doença de Crohn” durante uma viagem à Índia “onde ele estava abrindo um orfanato para oferecer refúgio para crianças necessitadas”.
A notícia significava que 76 mil pessoas perderam criptomoedas e dinheiro que totalizavam cerca de US$ 163 milhões, coletivamente, de acordo com a Bloomberg. A história tornou-se mais suspeita em junho, quando um monitor de falências revelou que Cotten canalizou a maior parte do dinheiro em contas fraudulentas e gastou muito com sua esposa e ele próprio. O crescente ceticismo em torno da morte misteriosa levou advogados representando os usuários do QuadrigaCX a solicitar que a Cotten seja exumado.
Na última sexta-feira, os advogados nomeados pela Suprema Corte da Nova Escócia enviaram uma carta pedindo à polícia canadense que realizasse um autópsia no corpo no túmulo de Cotten “para confirmar sua identidade e a causa da morte”, citando as “circunstâncias questionáveis em torno da morte de Cotten” e “a necessidade de certeza em torno da questão de saber se o senhor Cotten está de fato morto”.
Richard Niedermayer, um advogado que representa a esposa de Cotten, Jennifer Robertson, disse ao New York Times em um e-mail que Robertson estava “de coração partido ao saber” sobre a solicitação de exumação, acrescentando que a morte de Cotten “não deve ser colocada em dúvida”.
O conselho de usuários do QuadrigaCX está pedindo que a exumação e a autópsia ocorram durante a primavera no hemisfério norte de 2020 devido a “preocupações com a decomposição”.