James Webb descobre em 2024 o que Einstein previu em 1915
Através do James Webb, astrônomos observaram pela primeira vez um fenômeno que Einstein previu em 1915, conhecido popularmente como “zigue-zague de Einstein”. A nova foto captada pelo telescópio espacial mostra a imagem do quasar J1721+8842 duplicada seis vezes por duas galáxias separadas, mas perfeitamente alinhadas.
Em sua Teoria Geral da Relatividade, Einstein previu o fenômeno das lentes gravitacionais, que descreve como uma galáxia de grande massa distorce a luz de outros objetos distantes e, consequentemente, acaba ampliando, distorcendo ou mesmo duplicando a imagem.
No entanto, o “zigue-zague de Einstein” vai além, com o fenômeno sendo formado através de uma lente gravitacional dupla. Neste caso, a luz da fonte distante (o quasar) é dobrada várias vezes devido à influência da matéria escura de duas enormes galáxias que ficam na frente dele, gerando múltiplas imagens do objeto distante. Confira:
Lentes gravitacionais duplas
Antes, astrônomos já haviam observado o fenômeno em outros arranjos, como “anéis de Einstein” ou “cruzes de Einstein”, por exemplo. Geralmente, eles se formam devido a ação de uma única galáxia massiva.
Porém o “zigue-zague de Einstein” é extremamente raro, pois envolve duas galáxias alinhadas. Dessa forma, o sistema J1721+8842 é o único exemplo de “zigue-zague de Einstein” observado até agora, conforme um estudo publicado no início deste mês, e que ainda aguarda revisão por pares.
Para chegar a essa conclusão, os cientistas identificaram padrões correspondentes na curvatura de luz das imagens do James Webb e dos dados do telescópio NOT, do Observatório do Roque de los Muchachos, na Espanha.
Além disso, os cientistas usaram o instrumento NIRSpec (espectrógrafo de infravermelho próximo) do James Webb para medir a deflexão gravitacional da luz causada pelas galáxias.
Os cientistas identificaram que ambas as galáxias possuem diferentes desvios para o vermelho, o que indica que uma estava mais distante da outra. Por sorte, o quasar e as duas galáxias estavam alinhadas de forma que o trio fosse observado juntos pelas lentes do telescópio James Webb. O resultado é a formação de seis diferentes imagens do mesmo quasar.
A descoberta pode ser revolucionária, pois permite compreender melhor e medir com mais precisão a velocidade de expansão do Universo, bem como ajudar a desvendar o mistério em torno da matéria escura e da energia escura.