James Webb identifica imensa corrente de vapor saindo de lua de Saturno: veja
O telescópio espacial James Webb identificou uma pluma de vapor d’água de mais de 9,6 mil km que parece sair da lua Encélado, de Saturno. A corrente de vapor é tão longa que assume a mesma distância da Irlanda até o Japão.
Além do tamanho da pluma, o que também chamou a atenção foi a “força” que jorra o vapor para fora: chega a 300 litros por segundo. “Particularmente impressionante”, disse um comunicado da NASA e ESA (Agência Espacial Europeia), que lideram o projeto.
Segundo os pesquisadores do James Webb, esse ritmo poderia encher uma piscina olímpica em apenas algumas horas. Na comparação, uma mangueira de jardim na Terra levaria mais de duas semanas para fazer o mesmo.
Essa não é a primeira grande ejeção de vapor d’água vista a uma distância tão longa, mas não deixa de ser curioso como o vapor parece “alimentar” todo o suprimento de água de Saturno e seus anéis.
Encélado é bastante pequeno: tem apenas 4% do tamanho da Terra e 505 quilômetros de diâmetro. Mas já se tornou um dos alvos científicos preferidos do Sistema Solar na busca da vida além da Terra.
Isso porque existe um grande reservatório de água salgada entre a gelada crosta externa da lua e seu núcleo rochoso. Além disso, vulcões expelem jatos de partículas de gelo, vapor d’água e produtos químicos orgânicos nas fendas parecidas com listras de tigre, que surgem na superfície.
O que há de diferente
Cientistas espaciais já identificaram jatos de vapor de centenas de quilômetros saindo da lua Encélado de Saturno. Isso não é novidade. A diferença, agora, é que a sensibilidade do telescópio James Webb traz novos detalhes desse processo misterioso.
A missão Cassini, por exemplo, passou mais de 10 anos explorando o sistema de Saturno. A sonda fotografou e voou diretamente pelo vapor para provar do que era feito – nesse caso, de água e produtos químicos orgânicos.
O James Webb, por sua vez, consegue demonstrar exatamente como o vapor d’água alimenta o planeta e os anéis de Saturno. Veja uma demonstração em vídeo:
Na análise dos dados, os astrônomos identificaram que até 30% da água continua na lua, enquanto 70% escapam para abastecer o restante do sistema saturnino. Um estudo aceito para publicação na revista Nature Astronomy mostra alguns dos resultados identificados pelos cientistas em 17 de maio. Leia a versão preprint aqui.
A expectativa é que o James Webb se torne a principal ferramenta para observar Encélado no futuro. As descobertas devem possibilitar o acesso a dados para futuras missões ao satélite.