James Webb: um raio X detalhado da foto do Universo que fez história

Saiba diferenciar as galáxias de estrelas e entenda as cores dos objetos capturados na imagem do Telescópio Espacial James Webb.
Existem mais células vivas na Terra do que estrelas no Universo, diz estudo

No dia 11 de julho, a NASA divulgou a imagem mais detalhada já tirada do Universo. A foto foi feita pelo Telescópio Espacial James Webb (JWST), equipamento capaz de observar objetos a até 13,5 bilhões de anos-luz de distância.

O portal de notícias Live Science convidou Scott Gaudi, professor de astronomia da Ohio State University, nos EUA, para realizar um raio X da imagem. O pesquisador mostrou alguns detalhes da foto que podem ter chamado a atenção do público e explicou a que eles se referem. Confira:

Aglomerado de Galáxias

Aglomerado de galáxias James Webb

Imagem: NASA, ESA, CSA, and STScI/Reprodução

Logo no centro da imagem, é possível ver em destaque algumas manchas brancas e brilhantes. Esse ponto marca o aglomerado de galáxias SMACS 0723, que fica a cerca de 4,6 bilhões de anos-luz da Terra. 

Há ainda uma grande névoa branca, que nada mais é do que o resultado da colisão das galáxias. É nesse meio em que são formadas novas estrelas, as quais não estão ligadas gravitacionalmente a nenhuma das galáxias dentro do aglomerado. 

Lupa cósmica

Distorção James Webb

Imagem: NASA, ESA, CSA, and STScI/Reprodução

As galáxias da região SMACS 0723 distorcem a luz dos objetos atrás delas, atuando como uma lupa para o James Webb. Em resumo, o alvo amplia outros objetos, permitindo uma melhor observação de galáxias distantes e fracas.

Mas o aglomerado em primeiro plano faz mais do que aproximar as galáxias ao fundo. Ele também dobra a luz, fazendo com que o objeto apareça duplicado na imagem. Essas linhas laranjas na imagem, por exemplo, representam apenas uma galáxia que está a mais de 13 bilhões de anos-luz de distância.

Estrelas e (mais) galáxias

Galáxias James Webb

Os objetos com seis pontas na foto do James Webb nada mais são do que estrelas. O resto das manchas brilhantes representam galáxias ou aglomerados de galáxias, que aparecem na forma espiral ou elíptica. 

As galáxias espirais são galáxias ativas e formadoras de estrelas. Elas tendem a ser preenchidas com estrelas mais quentes e jovens que emitem uma luz azul-esbranquiçada. As manchas avermelhadas, por sua vez, são as galáxias elípticas antigas e mortas.

Assine a newsletter do Giz Brasil

Vale dizer que a cor da galáxia também pode ser alterada pela distância do telescópio. À medida que a luz viaja pelo universo vasto e em expansão, seu comprimento de onda aumenta gradualmente com a distância, tornando-se cada vez mais vermelho ao longo do tempo.

Sendo assim, algumas das galáxias alaranjadas nesta imagem são, na verdade, galáxias extremamente antigas cuja luz foi desviada para o vermelho no caminho até as lentes do Webb.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas