Jeffrey Dahmer: saiba por onde andam os pais e o irmão do serial killer
O serial killer Jeffrey Dahmer, tema da série da Netflix “Dahmer: Um Canibal Americano”, foi responsável por 17 assassinatos — que quase sempre envolviam estupro, necrofilia e canibalismo — entre 1978 e 1991. As vítimas eram homens pobres, tinham entre 14 e 32 anos e, no geral, pertenciam a minorias sociais: LGBTQIA+, negros ou indígenas.
A produção da Netflix baseada na história do serial killer, interpretado por Evan Peters, conta sobre a infância de Jeffrey Dahmer, além de falar sobre sua família. Pai, mãe, irmão mais novo, avó e madrasta do assassino são apresentados na série.
Dahmer acabou condenado à prisão perpétua pouco após ser detido. Em 1994, foi assassinado na prisão por outro detento. Mas e depois, o que aconteceu com os membros da sua família?
Lionel Dahmer (pai)
Os pais de Jeffrey se separam quando ele tinha 18 anos, em 1978 — ano de sua primeira vítima. Na ocasião, a mãe se mudou com o irmão mais novo, David, para outra cidade, enquanto o jovem ficou na casa da família Ohio.
Mesmo admitindo ser ausente na infância do garoto, Lionel se manteve ao lado do filho durante o julgamento. Ele continua visitando Jeffrey na prisão e foi o responsável por identificar seu corpo após sua morte.
Em 1994, ano em que Jeffrey foi assassinado dentro da prisão, Lionel lançou o livro “A Father’s Story”, dando sua visão sobre o comportamento do filho e as possíveis causas para seus crimes.
Lionel disse acreditar que os atos do filho partiram de pensamentos acumulados por problemas de timidez e introversão, acrescentando que o garoto nunca sofreu com violência dos pais ou qualquer tipo de abuso psicológico ou sexual.
“Acredito que isso tem a ver com sua sexualidade aos 14 ou 15 anos. Realmente não havia sinais evidentes. Ele não estava espumando pela boca, ou falando sozinho enquanto dormia, ou agindo de uma forma estranha”, explicou o pai.
“Não tenho muitas evidências científicas para isso, mas esta é uma mensagem que quero dar aos pais: sinto que se um jovem, especialmente um homem, chega à puberdade e guarda tudo dentro [de si], sem falar para colegas, amigos, familiares sobre qualquer coisa sobre seus medos, raiva, frustração, é muito possível que todos esses medos se misturem com seu despertar sexual, e que eles entendam o que está acontecendo”, concluiu.
Lionel, que não aparece no documentário da Netflix, deu diversas entrevistas para documentários e programadas de TV. Ele está com 86 anos e não aparece publicamente desde 2020. Acredita-se, porém, que ele ainda esteja vivo e morando com Shari em Ohio.
Joyce Flint (mãe)
Sofria com problemas mentais e abusava de medicamentos. Sempre sentiu muita culpa pelos crimes do filho, e acabou desenvolvendo depressão. Chegou a tentar suicídio, mas sobreviveu.
Na época da separação, Joyce foi embora e deixou Jeffrey sozinho em casa, enquanto o pai fazia uma viagem a trabalho. Desde então, ela não deu notícias e parecia não se importar com o filho mais velho — o que voltaria a fazer com o tribunal.
Joyce pensou em escrever um livro sobre a experiência, mas não conseguiu uma editora interessada na história. Ela também tentou conversar com familiares das vítimas e pessoas próximas ao assassino, como uma forma de tentar entender o que passou.
A mãe queria que o cérebro de Jeffrey fosse encaminhado a cientistas para ser estudado. Como Lionel tinha uma visão diferente, o cérebro de Dahmer acabou sendo cremado com o corpo e as cinzas foram divididas entre pai e a mãe.
Joyce trabalhava em um centro comunitário em que prestava apoio a pessoas com HIV e morreu aos 64 anos, no ano 2000, devido a um câncer de mama.
Imagem: Reprodução/Divulgação Netflix
David Dahmer (irmão)
Não há muitos detalhes sobre a relação dos dois, já que após o divórcio dos seus pais, o caçula da família (nascido em 1966) foi viver com a mãe na Califórnia.
A chegada de David isolou ainda mais Jeffrey, que acreditava que seu irmão mais novo estava recebendo mais amor e atenção. Em entrevista, Lionel Dahmer explicou que a diferença de sete anos entre os irmãos resultou em uma distância entre eles.
Havia uma distinção marcante em suas personalidades. Enquanto Jeffrey era tímido e reservado, David era “muito entusiasmado e extrovertido”. Isso levou Jeffrey a ficar irritado com seu irmão, às vezes. Porém, segundo o pai, ele nunca direcionou sua frustração ou raiva para David.
Segundo informações do Cinemaholic, David se formou na Universidade de Cincinnati, em Ohio, antes de Jeffrey ser preso, em 1991. Por conta de todo assédio que a sua família estava sofrendo depois da revelação dos crimes de Jeffrey, o caçula da família optou por mudar de nome e viver em anonimato — informação dada por seu pai e madrasta em entrevista em junho de 2004. Eles também disseram que David tinha uma carreira e uma família, e esperava o nascimento de um filho.
David nunca apareceu para nenhuma entrevista, nunca falou sobre seu irmão nem participou do julgamento de Jeffrey Dahmer. Até hoje, a nova identidade de David é mantida em segredo. Se estiver vivo, o irmão mais novo de Jeffrey tem 56 anos.