Lendários ícones de interface de usuário são agora itens de museu
O ícone original do sistema operacional do Mac. O alfinete do Google Maps. O símbolo de ligar. Estas marcas, que estão há anos entre nós em nossos monitores (ou até mesmo décadas, em alguns casos), estão todas em exposição este mês no Museu de Arte Moderna, o MoMA, em Nova York, nos Estados Unidos.
Neste ano, em uma galeria do MoMA, você vai encontrar coleções de ícones e símbolos encontrados na internet. Eles fazem parte da exposição This is for Everyone: Design Experiments for the Common Good que ficará em cartaz até janeiro de 2016. Paola Antonelli, curadora de arquitetura e design, é a responsável pela exposição. Ela passou os últimos anos adquirindo de tudo, desde video games até placas de circuito para a coleção permanente do museu.
Isso significa que ícones que vemos normalmente no nosso dia a dia estão expostos nas paredes de um dos mais respeitados museus de arte moderna do mundo. Houve debates sobre merecimento: estes ícones deveriam estar lá? — mas, de qualquer forma, é animador vê-los como parte da história convencional do design. Veja detalhes de alguns dos ícones mais interessantes na exposição abaixo.
O botão de ligar (standby)
O ícone que vemos nos botões de “ligar/desligar” é na verdade o resultado de um século de design de interface de usuários. A Comissão Eletrotécnica Internacional (IEC), organização internacional que padroniza tecnologias elétricas e eletrônicas (fundada em 1906!) mantém guias que ditam quais símbolos as companhias devem usar nos produtos — é uma organização “irmã” do ISO.
Isso inclui criar padrões para símbolos como ligar e desligar — que, por décadas, são definidos por um “zero” e um “um” para “ligar” e “desligar” respectivamente. Mas o legal do símbolo atual é o seguinte: ele evoluiu junto a tecnologia. Conforme mais máquinas aderiram ao “ligar” sem realmente estarem ligadas — em standby — a IEC decidiu fundir ambos símbolos em um terceiro, hoje conhecido por “standy“. Com o tempo, ele evoluiu para “ligar” e é interessante como ele também representa a evolução de computadores pessoais.
Os símbolos do Mac OS original
Já escrevemos sobre os ícones pixelados da artista gráfica Susan Kare — ela é uma artista e designer que desenhou um monte dos ícones encontrados nos primeiros Macs, desde fontes tipográficas a ícones de programas.
No MoMA, Antonelli colocou o caderno de anotações de Kare em exposição. Ele contém os esboços originais dos ícones de Mac, desde o da caixa de email até o da tesoura. Aqui está o que Antonelli tem a dizer sobre eles:
O processo, que ocorreu um pouco antes de ela ser contratada pela Apple, é documentado nas folhas destes cadernos quadriculados. Medindo um quadrado para cada pixel, Kare desenhou ícones intuitivos para diversas funções que o usuário poderia compreender (por exemplo, as tesouras simbolizam o corte do texto). Os ícones em pictograma foram desenhados para uma linguagem intuitiva que poderia ser entendida e amada por usuários dos mais diversos países.
É incrível imaginar o que isso significou para Kare: entrar na então emergente indústria de computadores pessoais, sentar e desenhar aqueles que se tornariam as formas e símbolos mais familiares de qualquer interface de usuário do mundo. Afinal, ainda usamos grande parte deste ícones.
Imagem: Chrissy Wainwright
O alfinete do Google Maps
O ícone vermelho em forma de gota do Google adquiriu vida própria; inspirou projetos de arte, paródias e muitos textos. O alfinete foi desenhado por Jens Eilstrup Rasmussen, que trabalhava no Google quando ele foi lançado.
O New York Times perguntou ao Google sobre o design do alfinete em 2011, e descobriu que o formato deriva de questões de legibilidade. Um porta voz do Google disse ao NYT que Rasmussen “evitou colocar um ponto ou uma estrela plana no mapa pois eles poderiam tapar a área pesquisada”.
Existem várias outras histórias sobre as aquisições tecnológicas do MoMa — você poderá conhecê-las se for passar por Nova York até o começo do ano que vem.