Lewis Hamilton tem sido cada vez mais lembrado não só como um dos maiores pilotos de Fórmula 1 de todos os tempos, mas também como um símbolo da luta pela igualdade racial.
Enquanto batalha nas pistas contra o holandês Max Verstappen pelo seu oitavo campeonato mundial, o piloto anunciou, nesta terça-feira (5), a criação de um projeto para a capacitação de professores negros nas áreas da ciência e tecnologia.
O projeto é fruto do relatório da Comissão Hamilton que aborda a falta de diversidade no automobilismo do Reino Unido. Hamilton explicou que a ideia “se concentra em identificar a melhor maneira de atrair talentos negros para funções de ensino de STEM (sistema de ensino de ciências, tecnologia, engenharia e matemática)”.
A iniciativa visa formar 150 professores negros para lecionar disciplinas de ciências, tecnologia, engenharia e matemática.
O projeto é a primeira ação da Mission 44, instituição criada pelo heptacampeão com um investimento pessoal de mais de R$ 140 milhões, que tem o objetivo de capacitar e incluir pessoas negras, para trabalhar em escolas que atendem comunidades carentes na Inglaterra. A inciativa acontece em parceria com a fundação de caridade educacional Teach First, e já está garantida pelos próximos dois anos.
O programa surgiu a partir de dados de um relatório da Comissão Hamilton, organizada em 2020 pelo piloto para investigar as barreiras no acesso de pessoas não-brancas ao esporte. O relatório mostrou que, dos 500 mil professores no Reino Unido, apenas 2% são de origem negra e que 46% das escolas na Inglaterra não têm diversidade racial em seu corpo de professores.
“Eu era um dos cinco ou seis alunos não-brancos, então não tínhamos nada sobre figuras negras. Era muito difícil sentir que pertencíamos ali. Já tive professores que disseram “você nunca vai alcançar nada”, mas nunca acreditei nisso. Trabalhamos muito nos últimos 18 meses para isso. Todos merecem a oportunidade de ter uma ótima educação e uma ótima carreira”, disse.
Lewis Hamilton tem se dedicado desde 2018 a chamar atenção para a diversidade racial dentro do esporte, principalmente o automobilismo — categoria bastante elitizada.
O piloto e a Mercedes também estão envolvidos em outros projetos nessa mesma linha. O programa Mulberry STEM Academy, por exemplo, tem foco em meninas dos 7 aos 18 anos que pertencem a grupos minoritários.
Há também o Ignite, que dá oportunidades de ensino, apoio e trabalho para estudantes e pessoas não-brancas no automobilismo e o Accelerate 25, cujo objetivo é aumentar aa taxa de funcionários racializados para 25%.