Um novo estudo da revista científica The Lancet, lançado no último dia 10 de abril, descobriu as principais causas de morte após períodos de prisão. O levantamento com presos inclui oito países, entre eles o Brasil. As conclusões revelam que pessoas que já foram encarceradas têm a saúde mais fraca. E correm maior risco de mortalidade evitável em relação à população em geral.
Confira o estudo da morte de presos
O estudo teve financiamento do Conselho Nacional de Saúde e Pesquisa Médica da Austrália. Os registros incluem a incidência, o momento, causas e os fatores de risco para a mortalidade após a libertação do encarceramento.
Assim, para chegar aos resultados, os pesquisadores analisaram dados administrativos do estudo Mortality After Release from Incarceration Consortium. Foram examinados mais de 1,4 milhão de casos de libertados do encarceramento na Austrália, Brasil, Canadá, Nova Zelândia, Noruega, Escócia, Suécia e Estados Unidos, de 1980 a 2018. Além disso, fatores como idade, sexo e região também foram considerados.
Drogas e doenças causam mais mortes na primeira semana
Entre mais de 75 mil mortes, a taxa de mortalidade bruta foi maior durante a primeira semana após a soltura. Os maiores números por causa específica dentro deste período foram por intoxicação por álcool e drogas, bem como por doenças cardiovasculares. Porém, a exceção é o Brasil, onde as mortes por violência interpessoal são predominantes.
Com o passar do tempo, as causas específicas variam mais, e passam a incluir suicídio, lesões acidentais e doenças não transmissíveis, por exemplo. As doenças infecciosas como, como o HIV, foram responsáveis por apenas 3,5 por cento de todas as mortes. As taxas foram semelhantes entre homens e mulheres e maiores em faixas etárias mais altas.
Por fim, com mais de 10 milhões de pessoas encarceradas em todo o mundo, o estudo ressalta a necessidade de investimento em cuidados de saúde e o monitoramento de rotina da mortalidade pós-liberação.