Livros didáticos digitais podem aliviar o peso na mochila e no bolso
Livros digitais são sinônimo de praticidade. Eles são ótimos companheiros de viagem, não fazem muito volume, e facilitam a vida quando queremos um livro importado, ainda não traduzido. Mas talvez mais importante que isso, eles podem ser bastante usados na educação – não apenas diminuindo o custo do material e peso na mochila, mas ajudando a diminuir os gastos com atualizações e as inúmeras polêmicas envolvendo erros grosseiros, tão comuns no Brasil. Um exemplo americano nos faz pensar: será que não é hora de acelerar a adoção dos e-books?
Só nos últimos meses aqui no Brasil, nós tivemos muitos exemplos de livros com erros absurdos de matemática e geografia ou inadequados para a faixa etária dos alunos e que precisaram ser recolhidos. É muito dinheiro, recursos e tempo sendo gastos. Por causa de, digamos, 4 páginas erradas, alunos ficam sem um livro-texto e milhares ou milhões de Reais são gastos para substituí-los.
E mesmo deixando de lado um pouco os erros, pense também no que mudou só nos últimos anos: Plutão deixou de ser um planeta, palavras como “ideia” não são mais acentuadas e o uso do trema nem é mais ensinado nas escolas. Mudanças assim não só mudam o que você, ou eu, aprendemos na escola, mas deixa milhões de livros defasados, que não servem sequer para serem repassados para outros alunos e precisam ser descartados.
Recentemente, a Coreia estabeleceu uma meta audaciosa: até 2015, todos os livros didáticos serão eletrônicos. Esta semana, uma editora americana lançou um livro didático totalmente digital, sem versões de papel, para forçar a tendência por lá também. Será que esse é um caminho que nós vamos demorar a seguir?
Piadas sobre a “coleção da enciclopédia Barsa” pode, daqui a alguns anos – ou décadas, sendo um pouco pessimista – ser estendida para a coleção de livros didáticos que nós tínhamos que comprar todo ano e que éramos obrigados a carregar para a escola. Livros de papel, pesados, que frequentemente vinham com uma folha “errata” anexa.
Claro, existe um porém: mesmo e-readers dedicados ainda são caros e crianças nem sempre são cuidadosas com seus pertences. Um investimento assim, seja vindo do governo, ou dos pais, iria compensar totalmente os benefícios? Em longo prazo, e com a diminuição eventual do preço desse produto, provavelmente compensaria. Mas isso não é algo que vai acontecer tão cedo e nesse meio tempo, as editoras brasileiras precisam começar a digitalizar seus livros. Ninguém compra um e-reader para ler um único livro. As coisas devem acontecer paralelamente, com algum incentivo do governo.
Mas eu gosto de imaginar as pessoas de nossa geração contando histórias para seus filhos, ou netos e as crianças ouvindo boquiabertas sobre um tempo onde os livros didáticos não ficavam na nuvem e não recebiam atualização em tempo real.
[Foto por jimmiehomeschoolmom]