Ciência

Madonna macrobiótica: o que a ciência diz sobre a dieta da cantora

Sem açúcares ou gorduras e muita mastigação: conheça a dieta macrobiótica, que Madonna já disse preferir em entrevista
Imagem: Wikimedia Commons/ Reprodução

Prestes a se apresentar na praia de Copacabana para mais de 1,5 milhão de brasileiros, Madonna encerrou a Celebration Tour na última semana. A 80ª apresentação da turnê aconteceu no México, e concluiu uma maratona de shows que quase ficou ameaçada antes mesmo de estrear. Isso porque Madonna enfrentou uma infecção bacteriana grave, que se curou apenas 12 semanas antes do início da turnê.

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Além dos cuidados médicos e das diversas atividades físicas que pratica, a cantora alega que mantém sua saúde em dia por meio da dieta macrobiótica, criada por um filósofo japonês há cem anos.

Sobre a dieta macrobiótica

A palavra macrobiótica vem das palavras gregas macro e bio. A primeira significa grande ou longo, já a segunda significa vida.

A filosofia de dieta é uma criação do gaponês George Ohsawa. Ele criou o estilo de alimentação na década de 1920 visando o uso da comida como forma de viver em harmonia com a natureza, além de garantir um estilo de vida “holístico e equilibrado”.

Para isso, ela preza não só pelo que se come, mas também por como se prepara os alimentos, pela meditação e outras atividades físicas. Na alimentação, dieta macrobiótica visa evitar alimentos que contenham toxinas.

Geralmente, a dieta macrobiótica é composta desta forma:

  • 50% por grãos integrais;
  • 30% frutas e vegetais orgânicos, de preferência cultivados localmente;
  • 20% leguminosas e algas.

A dieta macrobiótica proíbe a ingestão de alimentos ultraprocessados, de comidas gordurosas, com açúcar, conservantes, aromatizantes e corantes. Muitas pessoas seguem uma dieta totalmente vegana, sem produtos lácteos ou carnes. Mas algumas pessoas comem pequenas quantidades de peixe e carne orgânicos.

A ingestão ocasional de carne ou filé de peixe é permitida por alguns, mas é rara. Castanhas e sementes podem ser incluídas, enquanto os laticínios devem ficar de fora.

Entre as bebidas, o álcool está proibido, assim como a cafeína e, claro, os refrigerantes e outras bebidas açucaradas. Além da água, os chás estão liberados, desde que não contenham aditivos químicos, como aromatizantes. Suplementos de vitaminas e minerais também não devem entrar na rotina de quem está seguindo a dieta.

Nela, só se come quando se tem fome e só se bebe quando se tem sede. As pessoas também devem mastigar sua comida por um longo tempo, até que ela se torne uma pasta na boca. A ideia é ajudar a digestão.

Madonna macrobiótica: o que ela segue da dieta

Segundo reportagem do site The Cut, Madonna segue a dieta macrobiótica e evita açúcar, cafeína, álcool e itens processados em sua rotina. Em geral, ela come carboidratos complexos, como arroz integral, feijão e aveia, para liberação lenta de energia, o que ajuda na preparação física para os shows.

Embora a dieta macrobiótica seja majoritariamente vegetariana, Madonna come carne para manter sua massa muscular magra. Sabe-se que ela ingere peixe, que contém ácidos graxos ômega-3 e, por posts de suas redes sociais, especialistas identificaram que ela também come carne vermelha e frango.

Além disso, na dieta macrobiótica de Madonna ela bebe chá de erva-mate com água de coco, o que é bom para o metabolismo, hidrata e repõe os eletrólitos que podem ser perdidos nos exercícios físicos e durante os shows.

Faz bem?

Em geral, a dieta macrobiótica é bastante restritiva. De acordo com o Cancer Research UK, uma pessoa com essa alimentação pode não obter calorias suficientes, assim como pode ter falta de vitaminas, cálcio, proteínas e ferro.

Por isso, para segui-la, é preciso de indicação de um nutricionista, que fará o acompanhamento e escolherá os ingredientes mais adequados à sua rotina.

Contudo, por prezar por alimentos in natura e pouco processados, a dieta macrobiótica de Madonna é rica em fibras e antioxidantes, que são bons para o funcionamento do intestino e que combatem doenças.

Além disso, reduzir a gordura e o açúcar pode baixar os níveis de colesterol, o que diminui o risco de contrair doenças cardíacas e câncer, por exemplo. A eliminação de álcool e cafeína, embora muito difícil para alguns, também é incrivelmente valiosa.

No entanto, especialistas apontam para a importância de não radicalizar a alimentação. Também ressaltam que esses benefícios podem ser obtidos por meio de uma dieta saudável normal. 

Para Ohsawa, criador da dieta, esse tipo de alimentação poderia curar o câncer e outras doenças graves. Contudo, não há qualquer evidência científica consistente disso.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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