Mapa da migração neandertal na Europa sugere pontos arqueológicos inexplorados
Pesquisadores do Instituto Max Planck, na Alemanha, investigaram restos mortais de neandertais encontrados no Uzbequistão e na região de Altai, no sul da Sibéria, e concluíram que eles estão relacionados entre si. Essa relação, no entanto, deixou uma dúvida: qual caminho esses antigos hominídeos seguiram para cruzar os continentes?
Essa foi a pergunta feita por um segundo grupo de cientistas — desta vez, da Universidade de Colônia, na Alemanha. Em estudo publicado na revista Plos One, a equipe sugere que os neandertais migraram pela região ao sul do Mar Cáspio, no norte do Irã. Segundo eles, há ainda sítios arqueológicos escondidos em áreas menos exploradas ao longo desse caminho.
Os cientistas utilizaram um sistema de informações geográficas de código aberto para encontrar o chamado caminho de custo mínimo. Em resumo, esse não é o caminho mais curto, mas sim aquele mais benéfico, seja pela maior oferta de recursos ou pela qualidade do clima.
A equipe usou duas cavernas como ponto de chegada e saída: uma nas montanhas de Altai, na Rússia, e outra na região do Cáucaso. Cada um desses locais guardava materiais culturais distintos, podendo apontar para duas linhagens de migração neandertal.
Então, entram as variantes. Para o clima, os cientistas consideraram as áreas mais propensas a fornecer ambientes estáveis para a flora e fauna. Também foram escolhidos os locais que apresentaram menos flutuações climáticas ao longo da história.
O Mar Cáspio Meridional parecia ideal devido ao clima relativamente úmido e ameno. Segundo os cientistas, essa não era apenas a rota perfeita para sair da Europa, mas também permitiria uma entrada confortável para os Homo sapiens vindos da África. A região, portanto, pode ter sido um ponto de encontro intercultural que conectou ambas as espécies.