Mapa interativo mostra a distribuição de 200 mil galáxias pelo Universo

Site permite explorar de forma imersiva o Universo -- desde a Via Láctea até as galáxias mais distantes avistadas pelos astrônomos. Confira mais detalhes
Mapa interativo mostra a distribuição de 200 mil galáxias pelo Universo
Imagem: NASA/Divulgação

Um grupo de astrônomos da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, disponibilizou na internet o mapa mais preciso das galáxias da parte visível do Universo já feito até então.

Os dados foram coletados ao longo de 15 anos por meio de um telescópio instalado no estado americano do Novo México. O objetivo foi criar um mapa interativo e acessível que mostrasse a extensão de todo o Cosmos conhecido.

Ao entrar no site do projeto – disponível aqui –, é possível visualizar a posição e cores reais de cerca 200 mil galáxias de uma fatia no Universo. Ao rolar a página, cada ponto na tela representa uma única galáxia – lembrando que cada uma delas pode ter centenas de bilhões de estrelas.

“Estamos acostumados a ver imagens astronômicas mostrando uma galáxia aqui, uma galáxia ali ou talvez um grupo de galáxias. Mas o que este mapa mostra é uma escala muito, muito diferente”, disse um dos criadores do mapa, Brice Ménard.

No pôster abaixo, a Via Láctea — a nossa galáxia — é representada por um ponto na base do cone — localizado na parte inferior da imagem. A partir desse ponto, é possível ver os objetos mais distantes até a borda do Universo – visível a 13,7 bilhões de anos atrás.

Mapa mostra a distribuição das galáxias através do Universo observável.

Mapa mostra a distribuição das galáxias através do Universo observável

Na parte de baixo do mapa, os pontos em azul claro representam as galáxias espirais (como a nossa), que brilham mais fracas e azuladas. Mais acima, os pontos amarelos são as galáxias elípticas, muito mais brilhantes que as espirais e que estão mais longe.

Em vermelho, estão as galáxias elípticas ainda mais distantes. Elas aparecem avermelhadas por conta do efeito conhecido como “desvio para o vermelho”, decorrente da expansão do Universo. Nesse ponto, não vemos mais galáxias espirais azuladas, pois elas estão muito distantes para serem observadas por instrumentos a partir da Terra.

Finalmente, mais próximo do topo do mapa, ficam os quasares, que se acredita sejam enormes buracos negros localizados no centro de certas galáxias. Conforme eles acumulam gás e estrelas ao seu redor, tornam-se extremamente brilhantes e podem ser vistos em todo o Universo, com sua luz azulada. Alguns deles estão tão distantes que o efeito da expansão do Universo os faz serem vistos na cor vermelho.

“Neste mapa, somos apenas uma partícula bem no fundo, apenas um pixel. E quando digo nós, refiro-me à nossa galáxia, a Via Láctea, que tem bilhões de estrelas e planetas. A partir desta partícula no fundo somos capazes de mapear galáxias em todo o universo, e isso diz algo sobre o poder da ciência” ressalta Ménard.

No vídeo abaixo é possível conhecer mais sobre como o mapa foi feito:

Hemerson Brandão

Hemerson Brandão

Hemerson é editor e repórter, escrevendo sobre espaço, tecnologia e, às vezes, sobre outros temas da cultura nerd. Grande entusiasta da astronomia, também é interessado em exploração espacial e fã de Star Trek.

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas