Março de 2017 só não foi mais quente que março do ano passado

Mudanças climáticas são naturais ao nosso planeta, mas a atual acontece devido à ação humana

Nos últimos 137 anos, houve apenas um mês de março mais quente que o deste ano, e ele foi março do ano passado. Isso é o que diz a última iteração do conjunto de dados de temperatura global da NASA, lançada na última sexta-feira, que aponta para a terrivelmente previsível conclusão de que nossa Terra está ficando mais quente.

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O planeta Terra já se aqueceu anteriormente e, agora, está aquecendo novamente. Quando você vive em uma rocha parcialmente fundida, em um vazio sem ar orbitando um reator de fusão enorme, esse tipo de coisa acontece! Mas, diferentemente de episódios de aquecimento planetário anteriores, que os cientistas dizem ser resultados do escoamento de metano do fundo do mar e de mudanças no formato da órbita da Terra em torno do Sol e várias outras coisas, nosso problema de funcionamento no termostato moderno é o resultado de sete bilhões de humanos dirigindo carros, usando ares-condicionados e comendo uma droga de um hambúrguer de vez em quando. Todos nós estamos aquecendo a Terra juntos.

Cientistas sabem que a Terra está se aquecendo por causa dos recordes de temperatura, incluindo os da NASA e da NOAA, que vêm desde o fim da década de 1800 e mostra o termostato planetário crescendo aproximadamente um grau celsius ao longo desse período. Nós sabemos que o aquecimento acontece principalmente por causa do dióxido de carbono, já que a concentração desse gás que retém o calor cresceu mais do que um terço em nosso ar desde a Revolução Industrial, e nós descartamos outras explicações. Sabemos que os humanos estão produzindo dióxido de carbono a uma taxa alarmante por causa dos carros, ares-condicionados e hambúrgueres mencionados antes. Sabemos que se continuarmos aquecendo a Terra, o nível do mar continuará subindo, geleiras continuarão derretendo e várias outras coisas ruins podem acontecer, mas ainda estamos trabalhando nisso.

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Sabemos que a solução a longo prazo para esse problema planetário pode ser a energia de fusão, se ao menos pudéssemos nos importar de financiá-la, ou talvez vários de nós devessemos levar nossos corpos suados e nosso aquecimento global para Marte (talvez nem precisemos executar um ataque nuclear ao Planeta Vermelho para aquecê-lo). Mas, agora, nós provavelmente deveríamos diminuir o nível de CO2. E sabemos que não estamos fazendo isso rápido o bastante, porque o carbono no ar ainda está subindo, e nós ainda estamos escrevendo publicações como essa.

Então, o que o humano médio, vivendo nessa bola azul no início do século XXI, pode fazer? Se você se sentir corajoso o bastante, conte àquele seu tio esquisito que, no mês passado, a temperatura foi 1,12ºC mais alta que a temperatura média de março entre 1950 e 1980, conte que 2016 ultrapassou 2015, que ultrapassou 2014 como o ano mais quente da história, fale que a divisão de ciência terrestre da NASA faz um belo trabalho.

Ou não. Não vou te culpar. Mas, de vez em quando, pense nessa “espaçonave” em que vivemos. Estamos todos juntos nessa.

Imagem do topo: NASA/GISS

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