MediaTek desbanca Qualcomm e assume liderança do mercado de chipsets na China

Restrições dos EUA à Huawei, uma das maiores compradoras de chips da Qualcomm, teria influenciado nessa mudança de cenário.
Redmi Note 8 Pro, da Xiaomi, que usa chip MediaTek Helio G90T. Imagem: Xiaomi

As restrições globais que a Huawei tem sofrido ao longo dos últimos dois anos não afetaram apenas os negócios da empresa, mas também de parceiras em diversos setores. A Qualcomm é uma delas, e o resultado disso foi que a companhia de chips para celular caiu para a segunda posição no ranking das maiores fabricantes de processadores móveis da China.

Os dados são da CINNO Research (via CNBC). De acordo com um relatório da empresa de consultoria, a Qualcomm sofreu um declínio anual de 48,1% no ano passado, fazendo com que sua participação no mercado de processadores system-on-chip (SoC) da China caísse de 37,9%, em 2019, para 25,4%, em 2020. Acredita-se que a principal razão para esse movimento foi, de fato, as sanções dos Estados Unidos contra a Huawei, uma vez que a companhia chinesa equipava muitos de seus smartphones com os chipsets da Qualcomm.

Do outro lado está a MediaTek que, ao contrário da Qualcomm, viu seus negócios crescerem conforme Huawei e outras fabricantes asiáticas, como Vivo, Oppo e Xiaomi, optavam por soluções da empresa e não mais da Qualcomm. Isso também seria um reflexo das restrições estadunidenses à Huawei, além de serem uma medida de precaução dessas fabricantes para evitar a falta de componentes fundamentais na construção de seus respectivos smartphones.

Para efeito de comparação, o uso dos chips da MediaTek nos celulares da Xiaomi aumentou mais de três vezes em comparação com o primeiro semestre de 2020. Coincidência ou não, a Xiaomi foi adicionada recentemente a uma “lista cinza” dos EUA por suspeitas de que a companhia tenha ligação com a área militar chinesa. Logo, a fabricante conseguiu contornar a situação e não ficar mais tão dependente da Qualcomm.

Outro fator que pode ter contribuído para essa decisão é que os chips da MediaTek custam menos do que os processadores da Qualcomm, com preços de US$ 100 a US$ 250 cada, o que torna a MediaTek uma forte fornecedora de chipsets para todos os tipos de celulares — dos mais avançados aos mais básicos, que costumam responder pela maior parte do faturamento das gigantes de tecnologia no mercado de smartphones.

Um outro estudo, este da Counterpoint Research, reforça essa afirmação ao constatar que a MediaTek ultrapassou a Qualcomm como a maior fornecedora mundial de chips para celular no terceiro trimestre de 2020.

[CNBC]

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