Ciência

Memória imunológica de homens e mulheres pode ser diferente, mostra pesquisa

Estudo feito com camundongos sugere que a progesterona interfere na resposta treinada do sistema imunológico feminino
Imagem: Andrea Piacquadio/ Pexels/ Reprodução

Um novo estudo descobriu que mulheres podem ser mais vulneráveis a infecções bacterianas oportunistas que homens. O motivo? Uma diferença na memória imunológica treinada que tem como base uma característica biológica: a produção de progesterona.

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A memória imunológica treinada é a memória que o sistema imunológico em relação a uma infecção que ele já enfrentou antes. Em geral, o sistema imune é adaptativo, por isso se lembra dos micro-organismos intrusos que já derrotou.

Dessa forma, ele treina para se proteger contra infecções futuras semelhantes. Isso só não acontece quando as pessoas têm sistemas imunológicos comprometidos devido a condições crônicas, envelhecimento ou medicamentos que diminuem a imunidade.

Nesses casos, é mais provável que as pessoas desenvolvam infecções oportunistas – aquelas que só acontecem pela falha no sistema imunológico, já que os germes teriam sido erradicados em um organismo plenamente saudável.

Agora, pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Missouri, nos EUA, descobriram que existe também uma variação na resposta da memória imunológica treinada baseada no sexo biológico

Entenda a pesquisa

O estudo foi realizado em camundongos, mas os resultados podem ser traduzidos para seres humanos. 

De início, os autores da pesquisa notaram uma diferença na resposta do sistema imunológico de machos e fêmeas frente à mesma bactéria. Depois, perceberam que isso acontecia durante o período do ciclo reprodutivo em que os níveis de progesterona estavam elevados.

Para testar essa hipótese, eles deram bloqueadores de progesterona aos camundongos fêmeas. Como resultado, viram que sua resposta imune treinada consequentemente melhorava, atingindo níveis comparáveis aos dos camundongos machos.

“Diferenças na resposta imunológica em machos e fêmeas já foram observadas antes. Por exemplo, os machos tiveram maior morbidade e gravidade da Covid-19 devido a infecções por Sars-CoV-2”, disse Adam Schrum, em comunicado.

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Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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