Messenger ganha função de “controle dos pais”: veja como ativar

Depois de críticas sobre os danos das redes sociais em adolescentes, a Meta anunciou na terça-feira (27) que incluiu a função “controle dos pais” no Messenger. 

O recurso permite que adultos vejam como os filhos adolescentes usam o aplicativo, desde o tempo gasto nas mensagens até dados sobre as configurações. A ferramenta, porém, não permite que os pais leiam as conversas, garantiu a empresa-mãe do Facebook. 

Por enquanto, a nova função só está disponível nos EUA, Canadá e Reino Unido. Mas, segundo a Meta, o objetivo é expandir para mais países – incluindo o Brasil – nos próximos meses. Com a ferramenta, pais e responsáveis poderão: 

• Ver quanto tempo o adolescente passa no Messenger 
• Visualizar e receber informações da lista de contatos dos filhos, assim como configurações de privacidade e segurança 
• Receber notificação caso o adolescente denunciar alguém 
• Ver quem pode enviar mensagens e se há mudança nessa configuração 
• Ver quem pode assistir aos stories do Messenger dos filhos e receber notificação em caso de alteração.

“No próximo ano, adicionaremos mais recursos à supervisão dos pais no Messenger para que possam ajudar seus filhos adolescentes a gerenciar melhor seu tempo e interações”, diz o comunicado da Meta. 

Como ativar o controle dos pais no Messenger

A ferramenta ainda não está disponível no Brasil. Mas, quando isso acontecer, o mais provável é que o entre na Central da Família, canal da Meta para configurar contas em família. Hoje, o recurso só está disponível para o Instagram e Meta Quest.

Para configurar no Instagram, basta seguir o passo a passo:

• Acesse o perfil, no ícone do canto inferior direito
• Toque nas três barras do canto superior direito
• Vá em “Configurações e privacidade”
• Em “Para famílias”, acesse “Supervisão”
• Vá em “Convidar”
• Escolha o adolescente que vai ser supervisionado.

Ao enviar o convite, o adolescente precisa aceitar o convite para a supervisão começar. Só um dos responsáveis pode supervisionar a conta dos filhos.

No perfil do adolescente, também é possível ver a quais informações os adultos têm acesso. Para saber, repita o mesmo procedimento até “Supervisão”. Ali, toque em “Confira o que o supervisor vê”.

Assim que o jovem completa 18 anos, o recurso é desativado. Lembrando que só é permitido usar o Instagram a partir dos 13 anos. O controle dos pais no Messenger e Facebook deve seguir passos semelhantes assim que ficar disponível no Brasil.

Mais mudanças 

Além do controle dos pais, a empresa de Mark Zuckerberg também anunciou novas ferramentas para limitar interações indesejadas no Instagram. 

A rede diz que exibe “avisos de segurança” quando adultos demonstram comportamentos suspeitos em conversar com adolescentes. Também restringiu pessoas com mais de 19 anos a enviar mensagens privadas para menores que não os seguem. 

Outra novidade é a criação do recurso “Faça uma pausa” na rede de fotos. Na prática, adolescentes receberão uma notificação quando passarem 20 minutos no Instagram. O mesmo deve acontecer no Facebook em breve. 

Pano de fundo 

A Meta garantiu que faria mudanças nas redes depois que a ex-funcionária Frances Haugen denunciou a empresa, em 2021, no episódio conhecido como “Facebook Papers”. 

A denunciante expôs uma série de relatórios que mostram como a Meta sabe dos danos à saúde dos menores, em especial meninas adolescentes, mas opta por não fazer nada em relação a isso. 

Ao todo, Haugen apresentou oito denúncias à SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA). Os textos acusam a Meta de “escolher lucros em vez de segurança” e de deturpar como poderia lidar com conteúdo prejudicial. 

Além disso, a ex-funcionária diz que a negligência da empresa equivale a enganar os investidores como uma empresa de capital aberto. Nas denúncias, ela também diz que o discurso de ódio do Facebook, em especial na Índia, é o maior “mercado” da rede social. 

Depois disso, Zuckerberg viu as ações do Facebook em uma montanha russa, enquanto a empresa perdeu mais da metade de seu valor de mercado. Se antes de 2021 valia US$ 1 trilhão, hoje está em US$ 446 bilhões.