Ministério da Saúde anuncia acordo para comprar 20 milhões de doses da vacina Covaxin

Covaxin, da indiana Bharat Biotech, ainda não teve dados de estudos de fase 3 divulgados. Imunizante precisa de autorização da Anvisa.
Vacina COVID-19. Imagem: Daniel Schludi (Unsplash)
Imagem: Daniel Schludi/Unsplash

O Ministério da Saúde do Brasil anunciou na noite desta quinta-feira (25) a compra de 20 milhões de doses da vacina Covaxin contra Covid-19, fabricada pela farmacêutica indiana Bharat Biotech. O investimento foi de R$ 1,614 bilhão, e as doses devem chegar entre março e maio deste ano. O acordo foi fechado com a Precisa Medicamentos, empresa local que tem parceria com a companhia indiana.

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Até o momento, a Covaxin não foi aprovada para uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), como a CoronaVac e a Covishield, nem teve seu registro feito no País, como a vacina da Pfizer. No mundo todo, apenas a Índia concedeu autorização de uso emergencial para a Covaxin, de acordo com o rastreador de vacinas contra Covid-19 do jornal New York Times.

Ainda não foram divulgados dados de eficácia e segurança do imunizante — os testes de fase 3 estão em curso no país asiático com até 25.800 voluntários. No começo de fevereiro, a Precisa Medicamentos entrou com pedido na Anvisa para realizar testes de fase 3 da Covaxin no Brasil, em parceria com o Instituto Albert Einstein.

A Covaxin usa uma versão quimicamente inativada do Sars-CoV-2, o coronavírus que causa a Covid-19, para treinar o sistema imunológico e ensiná-lo a produzir anticorpos contra o vírus. Das vacinas atualmente em uso no Brasil, o método é o mesmo da CoronaVac, que também usa o vírus inativado — a Covishield, da Universidade de Oxford e da farmacêutica AstraZeneca, usa um adenovírus para entregar o material genético do Sars-CoV-2 ao corpo humano.

A Covaxin deve ser administrada em duas doses com quatro semanas de intervalo. A fórmula dura uma semana quando armazenada à temperatura ambiente.

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Como observa o G1, o acordo de compra vem depois de a Anvisa suspender a exigência de testes de fase 3 no Brasil para analisar uma autorização de uso emergencial. Nestes casos, a avaliação pode levar até 30 dias. A Folha lembra que o Ministério também negocia com a União Química a compra de doses da Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, da Rússia. Recentemente, especialistas criticaram a busca por estas vacinas por falta de transparência.

O Brasil ultrapassou nesta quarta-feira (24) a marca de 6,1 milhões de vacinados contra a Covid-19.

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