Morre o último ícone do rock and roll dos anos 50: Jerry Lee Lewis

Com uma vida boêmia e controversa fora dos palcos, Lewis foi um dos últimos sobreviventes da primeira era de ouro do rock 'n' roll. A causa da morte não foi confirmada
Jerry Lee Lewis
Imagem: Reprodução/Wikimedia Commons

Jerry Lee Lewis, lenda do rock and roll, morreu aos 87 anos. A morte foi confirmada por Zach Farnum, agente do cantor norte-americano, nesta sexta-feira (28). O músico estava em sua casa em Desoto County, no Mississippi, ao sul de Memphis. A causa não foi divulgada.

Lewis foi um dos últimos sobreviventes da era de ouro do rock ‘n’ roll durante os anos 1950. “Ele estava lá no início, com Elvis, Johnny Cash, Chuck Berry, Little Richard, Carl Perkins, Fats Domino, Buddy Holly e o resto, e os viu desaparecer um a um, até que fosse ele sozinho para testemunhar e cantar sobre o nascimento do rock’n’roll”, disse Farnum, em comunicado. O texto ainda contava que o cantor disse à esposa, em seus dias finais, que ele não estava com medo (da morte).

Jerry Lee Lewis nasceu em Ferriday, no estado americano de Lousiana, em 29 de setembro de 1935. Apaixonado pela música desde cedo, começou a tocar piano aos 9 anos. Lewis mudou-se mais tarde para Memphis, Tennessee, onde encontrou trabalho como músico de estúdio para a Sun Studios.

Ele fez sua estreia aos 14 anos, e durante sua infância desenvolveu seu amor por boogie-woogie e blues ao visitar uma boate Ferriday, que apresentava os melhores músicos de blues da época.

Sua vida fora dos palcos foi cercada por polêmicas. Em 1957, no auge do sucesso, o cantor e pianista se casou com uma prima de 13 anos, Myra Gale Brown. Ele tinha 22 anos à época.

A notícia do casamento vazou em Londres, para onde Lewis havia voado para fazer alguns shows. O músico disse à imprensa que Myra tinha 15 anos, mas a verdade logo veio à tona e causou polêmica. Ele continuou a gravar e fazer turnês na década seguinte, mas sua música rockabilly não vendeu na era dos Beatles, e ele não conseguiu recuperar a popularidade de seus primeiros anos. Até que fez um retorno improvável como cantor country.

Apelidado de “The Killer”, ele estava entre os primeiros músicos homenageados no Hall da Fama do Rock, em 1986, e gravou mais de 40 álbuns. Entre seus principais sucessos, estão “Great Balls of Fire” e “Whole Lotta Shakin’ Goin’ On”. O cantor soube misturar estilos como country, R&B, gospel e pop em performances acrobáticas com o piano. Jerry Lee Lewis costumava dizer que a sua intenção era levar as pessoas da plateia “para o inferno”, ao lado dele.

O músico também era conhecido pelo uso excessivo de álcool e drogas e seu comportamento controverso com mulheres. Um dos roqueiros mais temperamentais, impulsivos e imprevisíveis de todos os tempos, ele viveu boa parte da vida com menos um terço de estômago, passou anos abusando de álcool e anfetaminas, manuseio de armas de fogo e incêndios do próprio piano em lugares fechados.

Apesar dos excessos, ele viveu mais do que todos os seus companheiros dos anos 1950. Jerry Lee Lewis deixa as filhas Phoebe e Lori; os filhos Jerry Lee III e Ronnie; e duas irmãs. Em setembro, no aniversário de 87 anos do cantor, o Giz Brasil relembrou sua trajetória neste texto, assinado pelo colunista Marcelo Orozco.

Rayane Moura

Rayane Moura

Rayane Moura, 26 anos, jornalista que escreve sobre cultura e temas relacionados. Fã da Marvel, já passou pela KondZilla, além de ter textos publicados em vários veículos, como Folha de São Paulo, UOL, Revista AzMina, Ponte Jornalismo, entre outros. Gosta também de falar sobre questões sociais, e dar voz para aqueles que não tem

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