Moto X Force: o smartphone duro na queda custa a partir de R$ 3.149
A Motorola revelou nos EUA um smartphone que sobrevive a quedas e tem uma bateria enorme. Ele está chegando ao Brasil com o nome Moto X Force; confira os detalhes.
O Moto X Force será vendido em versão dual-chip, e poderá ser personalizado através do Moto Maker. O modelo básico, de nylon balístico preto, custará R$ 3.149 à vista e estará disponível a partir da semana que vem.
O destaque do aparelho é sua estrutura feita para resistir a encontros acidentais com o chão. O ShatterShield consiste em cinco camadas: um chassi de alumínio para maior rigidez interna; o display AMOLED; uma camada dupla de toque; uma lente interna flexível; e, por fim, uma lente externa para proteção.
E, assim como nos EUA, a tela e a lente da câmera estão cobertas por uma garantia contra quebras e rachaduras por quatro anos após a compra no Brasil. Mas não pegue pesado: “danos ou abuso intencionais” não são cobertos pela garantia, e nem riscos no vidro ou em outras partes do aparelho.
Além disso, há um revestimento nanométrico que protege os componentes internos contra chuva e respingos; o Moto X Force não é à prova d’água, no entanto.
As especificações são as mesmas do modelo americano: temos aqui uma tela de 5,4 polegadas com resolução 2560×1440, processador Snapdragon 810, 3 GB de RAM e 64 GB de armazenamento expansíveis por microSD.
A câmera traseira tem 21 megapixels, igual ao Moto X Style, junto a foco automático por detecção de fase, modo contínuo e vídeo 4K a 30fps. Por sua vez, a câmera frontal tem 5 megapixels e flash. São 9,2 mm de espessura e 169g.
A bateria tem enormes 3.760 mAh, e a Motorola promete autonomia de até 36 horas. Há suporte a carregamento TurboPower, que fornece 10 horas de uso em apenas quinze minutos; e também a carregamento wireless Qi ou PMA.
O Moto X Force roda Android 5.1 Lollipop com os apps da Motorola, incluindo o Moto Voice, com comandos adicionais de voz; o Moto Display, com notificações de relance; e o Moto Assist, com modos personalizados dependendo do local.
Com o Moto X Force, a Motorola – que pertence à Lenovo – mantém a estratégia de cobrar mais caro por seus smartphones. Vimos isso no Moto G de terceira geração, e no Moto X Style. No entanto, esta é a primeira vez em muitos anos que a Motorola ultrapassa a barreira dos R$ 3.000 para um celular. É uma consequência do dólar mais alto, e uma aposta para a divisão móvel da Lenovo sair do prejuízo.
Primeiras impressões
(foto: Daniel Junqueira/Gizmodo)
O Moto X Force me surpreendeu logo que peguei ele em mãos: ele é leve. Quer dizer, minha referência é o Moto Maxx – de certa forma seu antecessor – que também aposta em uma bateria monstruosa e sacrifica a leveza em nome da autonomia. O X Force é mais leve que o Maxx (176g) e que o Moto X Style (179g), apesar de não termos ainda números específicos do peso dele.
Moto Maxx (esquerda) ao lado do novo Moto X Force (direita). (fotos: Daniel Junqueira/Gizmodo)
Não há muito o que acrescentar em relação ao que falamos sobre o Droid Turbo. Afinal, o Moto X Force é exatamente o Droid Turbo sem a Verizon. Ele segue a linha de design do restante da família Moto X, mas com algumas diferenças na traseira. Para acomodar a bateria, ela deixou de ser um semicírculo e agora se parece mais com uma espécie de trapézio com as bordas levemente arredondadas.
Ele virá em três opções de material para traseira. Uma delas é conhecida dos usuários do Moto Maxx, que é o nyon balístico que já equipa os smartphones do ano passado. Vou ser bem sincero: eu não gosto dessa traseira especificamente por um motivo simples: ela desfia com facilidade, e seu smartphone caríssimo vai dar a impressão de que está mais usado do que realmente é por causa disso. Não sei se, de alguma forma, o X Force está mais resistente do que era o Maxx, mas acho improvável. Ainda assim, tirando isso, é uma superfície agradável de se segurar.
As três opções de traseira: nylon balístico (esquerda), couro (centro) e silicone (direita). (foto: Daniel Junqueira/Gizmodo)
As duas outras opções são couro e silicone, ambas vendidas apenas pelo Moto Maker. A traseira de couro – e é couro mesmo, não material que imita couro – permite também gravar uma mensagem no dispositivo (pode ser seu nome ou o que você quiser). Todas são bem agradáveis de se segurar. Tudo bem que a proposta do Moto X Force é ser resistente e ele supostamente resiste a boas quedas, mas não é por isso que você vai querer uma traseira que mais escorrega e atrapalha do que qualquer outra coisa.
Sobre a forte resistência a quedas, eu digo que nunca vi tanta gente derrubando um smartphone no chão sem se preocupar com nada como vi hoje. A Motorola diz que a cada dois segundos uma tela quebra no mundo, e 48% dos usuários brasileiros já sofreram com isso, sendo que um em cada cinco desses prefere continuar com o smartphone trincado a consertá-lo. Particularmente, nunca quebrei a tela do meu smartphone mas sei que sou exceção. Conheço muita gente que conseguiu quebrar, e já vi até mesmo um antigo Motorola Defy (que também prometia ser bastante resistente) que usei por um tempo ser destruído por outra pessoa. Então acontece: as pessoas quebram a tela.
Assim, era comum ver na área de demonstração pessoas tacando o Moto X Force no chão. E o mais impressionante é que, por mais que o aparelho em si tenha ganhado alguns arranhões, a tela permanecia quase intacta, e seu funcionamento em nenhum momento foi prejudicado. Segundo a Motorola, quedas de até 1,5 m não devem ser problema para o Moto X Force.
Os principais recursos do Moto X Force exigem testes mais aprofundados. A bateria dura o que a Motorola promete? (Como usuário de um Moto Maxx, não tenho muito o que criticar em relação à duração da bateria. Ela não cumpre os dois dias que a Motorola promete, é verdade, mas de fato dura muito mais do que outros dispositivos. Se tem algo que eu realmente curto no Moto Maxx é a sua bateria.) A câmera melhorou? O processador Snapdragon 810 ainda esquenta demais? Ainda não temos uma unidade para review, mas nos prometeram uma para logo – estamos no aguardo!
Atualizado às 12h32 com as primeiras impressões.
Foto de topo: Daniel Junqueira
Colaborou: Daniel Junqueira.