Ciência

Mounjaro e Ozempic: qual a grande diferença entre os dois

Embora tenham efeitos parecidos, tizerpatida e semaglutida, conhecidas como Mounjaro e Ozempic, tem diferenças; entenda quais são
Imagem: MDSaude/ Reprodução

Pauta na internet e também na comunidade médica e científica, as canetas injetáveis de tratamento de diabetes tipo 2 ainda geram dúvida em parte da população brasileira. Apesar de terem efeitos similares, o Ozempic, da farmacêutica Novo Nordisk, e o Mounjaro, da Eli Lilly, possuem ativos e ações distintas.

Em comum, além do tratamento da diabetes, eles também têm como efeito o prolongamento da saciedade, com consequente perda de peso. Contudo, os medicamentos têm aprovação pela Anvisa apenas com a finalidade de tratar pessoas com diabetes tipo 2. Além disso, precisam de acompanhamento médico.

Semaglutida e tizerpatida

O Ozempic tem como ativo a semaglutida, uma substância que simula o hormônio GLP-1 (peptídeo 1 semelhante ao glucagon). 

Em geral, ele já é produzido naturalmente pelo intestino, e é liberado quando há açúcar no sangue, a fim de estimular o pâncreas a produzir insulina para as células absorverem a glicose. É o que acontece após as refeições, por exemplo.

Enquanto isso, o Mounjaro tem em sua base a tirzepatida. Além de também simular o hormônio GLP-1, ela age como outro hormônio, o GIP (peptídeo inibidor gástrico). Por isso, o medicamento é conhecido por ser um duplo agonista, ou seja, imita a ação de dois hormônios.

Em geral, o GIP e o GLP-1 interagem de maneira positiva, o que potencializa o efeito de produção de insulina e, portanto, a absorção da glicose. Assim, o medicamento evita picos de açúcar no sangue.

Por isso, tanto Ozempic quanto Mounjaro são indicados para o tratamento de diabetes tipo 2, doença crônica que faz com que as pessoas tenham problemas em realizar esse processo de maneira natural.

Embora ambos medicamentos sejam muito eficazes, por atuar como duplo agonista, o Mounjaro apresenta resultados mais “potentes”, segundo estudos clínicos realizados com a tizerpatida em diversas dosagens e com participantes de vários países, inclusive do Brasil.

Aproximadamente 51% dos pacientes que utilizaram o Mounjaro 15 mg alcançaram níveis de glicemia abaixo de 5,7%, um nível encontrado em pessoas sem diabetes. Enquanto isso, entre aqueles que utilizaram Ozempic, apenas 20% conseguiram resultados tão bons.

Sobre o uso do Mounjaro e do Ozempic

Ambos os medicamentos receberam aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) como tratamento para a diabetes tipo 2. Embora já sejam comercializados em outros países, como os EUA, apenas o Ozempic já chegou ao Brasil.

Por enquanto o Mounjaro ainda não tem data para chegar nas farmácias brasileiras. Também não há previsão de um valor de venda do medicamento.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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