As ondas de calor podem mudar o período das férias de verão no Hemisfério Norte. Segundo o site espanhol Xakata, o CSIC (Conselho Superior de Investigação Científica) da Espanha propôs antecipá-las para a segunda quinzena de julho.
A ideia é “mitigar alguns dos impactos associados ao calor extremo, devido à redução da atividade industrial e da mobilidade laboral nos dias de férias”. Isso porque o pico de calor da estação não é mais o mês de agosto.
Um estudo do CSIC publicado na revista Science of the Total Environment revelou que os picos de temperatura dos últimos anos no país estão acontecendo na segunda quinzena de julho. Enquanto isso, agosto já registra queda, antes em setembro.
O texto propõe encurtar o dia de trabalho em alguns setores nos meses mais quentes, bem como redistribuir as férias de inverno, aumentando os dias durante o verão.
O país europeu tem a tradição de “férias coletivas” em agosto, que surgiu do calendário de colheitas pré-Revolução Industrial. Na época, grandes indústrias davam licenças para os funcionários irem ao campo ajudar suas famílias na colheita dos cereais durante o verão.
Como a medida pode ajudar a enfrentar o calor?
De acordo com cientistas do Instituto de Geociências, um dos motivos para a mudança é proteger a saúde e também a produtividade dos trabalhadores que desempenham suas função ao ar livre.
Segundo o CSIC, a segunda quinzena de julho é o período em que mais se perde horas de trabalho devido ao calor, sendo cerca de 100 milhões. Entenda por que o calor causa moleza no corpo nesta matéria do Giz Brasil.
Atualmente, a mais recente reforma laboral no país isenta as pessoas de suas funções durante as horas intermédias do dia no verão ou episódios de calor extremo. Na prática, as empresas devem modificar os seus horários. Tudo para evitar as horas mais quentes ou suspender as atividades.
Além disso, a demanda de energia também é maior durante dias quentes, muito devido ao uso do ar condicionado. O estudo defende que a combinação do pico de calor com as férias pode ajudar a diminuir da procura de eletricidade, quando as empresas não devem aumentar o consumo de energia elétrica para manter a temperatura ambiente inferior a 27º C conforme estabelecido pelo Real Decreto-Lei 14/2022 .
A alteração também pode reduzir o calor derivado das concentrações de ozônio na superfície, que causam o efeito estufa. Afinal, nas férias, os grandes centros acumulam menos pessoas enquanto seus habitantes se deslocam para destinos de praias, o que melhora a qualidade do ar.
Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.
fique por dentro das novidades giz
Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas
