Mulheres grávidas com coronavírus têm mais chances de sofrer parto prematuro

Uma nova pesquisa publicada pelo Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, elevou o nível de atenção para mulheres agora nos tempos de covid-19. O estudo descobriu que, além de serem mais suscetíveis a desenvolver sintomas graves, mulheres grávidas com […]
Grávidas com covid-19 têm mais chances de sofrer parto prematuro. Lillian Suwanrumpha (Getty Images)
Imagem: Lillian Suwanrumpha (Getty Images)

Uma nova pesquisa publicada pelo Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, elevou o nível de atenção para mulheres agora nos tempos de covid-19. O estudo descobriu que, além de serem mais suscetíveis a desenvolver sintomas graves, mulheres grávidas com coronavírus têm maior probabilidade de ter parto prematuro ou sofrerem um aborto espontâneo, em comparação com mulheres sem a doença.

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Publicada no Relatório Semanal de Morbidez e Mortalidade do CDC (MMWR) na última quarta-feira (16), a pesquisa analisou os registros médicos de quase 600 mulheres grávidas, com idades entre 18 e 45 anos e que foram diagnosticadas com covid-19 em algum momento entre março e agosto deste ano. As pacientes ficaram internadas em hospitais espalhados em 14 estados dos EUA.

Entre as mulheres com informações médicas disponíveis, a maioria foi hospitalizada inicialmente por outros motivos que não eram covid-19 – grande parte dos sintomas estava relacionada à gravidez ou ao parto. No entanto, pouco menos da metade desenvolveu sintomas de infecção viral.

Daquelas com sintomas de coronavírus, 16% passaram a necessitar de cuidados intensivos, 8% de ventilação mecânica invasiva e duas mulheres morreram. Como outras pesquisas já haviam sugerido, havia uma disparidade racial: mulheres negras e de origem hispânica foram mais propensas a serem hospitalizadas com covid-19 do que mulheres brancas.

No que diz respeito à gravidez em si, cerca de 12% das mulheres com covid-19 tiveram parto prematuro – maior do que a taxa de 10% de parto prematuro observada na população em geral. A taxa de nascimento prematuro foi ainda maior para mulheres sintomáticas, com 23%. Mulheres sintomáticas e assintomáticas também tiveram aborto espontâneo, com uma taxa geral de 2,2%. Dois recém-nascidos morreram logo após o nascimento, ambos nascidos de mulheres que estavam em ventilação mecânica devido ao covid-19.

Pesquisas iniciais sugeriram que mulheres grávidas e seus filhos não apresentavam riscos provocados pela covid-19, em comparação com o público em geral. No entanto, apesar de parecer improvável que o coronavírus seja perigoso para um feto em desenvolvimento da mesma forma que outros vírus, como o Zika, mais pesquisas apontam para um risco muito real de complicações graves para as gestantes e suas crianças.

Dito isso, este estudo sozinho não pode mostrar diretamente que mulheres grávidas têm mais risco de sofrer sintomas graves por covid-19 do que as demais pessoas. Contudo, cerca de uma em cada quatro mulheres hospitalizadas com com a doença estava grávida, entre aquelas com informações conhecidas sobre seu estado de gravidez, indicando ainda que a gestação pode ser um fator de risco adicional pela covid-19. Os próprios recém-nascidos prematuros são mais suscetíveis a outras complicações ou doenças graves caso contraiam o covid-19.

Pesquisadores ainda observam que, embora a transmissão do vírus no útero seja considerada improvável, houve relatos de transmissão logo após o nascimento.

O CDC já adicionou a gravidez a uma lista de condições de saúde conhecidas que podem aumentar o risco de covid-19 em sua forma grave. E os autores do estudo sugerem que precauções adicionais sejam tomadas para manter as mulheres grávidas e seus bebês protegidos contra a doença viral.

“Essas descobertas destacam a importância de prevenir e identificar covid-19 em mulheres grávidas. Elas devem evitar contato próximo com pessoas infectadas pelo vírus ou sob suspeita de infecção, manter pelo menos dois metros de distância das pessoas que não sejam da família e tomar medidas preventivas gerais, incluindo o uso de máscaras e higienizar as mãos com frequência”, afirmaram os pesquisadores.

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