Mumificação mostra que ama de leite do faraó Amenhotep era valorizada
A ama de leite do faraó Amenhotep II, que reinou entre 1427 e 1400 a.C., era uma figura altamente valorizada da comitiva do faraó. A conclusão é de pesquisadores do Instituto Max Planck de Geoantropologia, na Alemanha.
Os cientistas afirmam que os ingredientes encontrados nos potes de cerâmica que continham os órgãos de Senetnay, a ama de leite do faraó, demonstram que alguém preservou cuidadosamente os restos mortais utilizando ingredientes importados.
No frasco que outrora continha os pulmões, os investigadores identificaram vestígios de dois ingredientes adicionais, além dos comuns para o processo de embalsamamento: larixol, uma resina encontrada em lariços, e o que se acredita ser dammar, uma goma perfumada da madeira das árvores Pistacia.
Ninguém poderia ter adquirido nenhum dos dois ingredientes localmente, uma vez que os larícios eram encontrados no norte e centro da Europa, enquanto as árvores Pistacia cresciam no sudeste asiático.
Os antigos egípcios teriam bons motivos para procurar as substâncias. “O lariço tem muitas propriedades bioativas e é antibacteriano e antimicrobiano – além de ter um cheiro forte que pode ajudar a mascarar a decomposição e manter quaisquer insetos afastados”, disse Huber.
Além disso, também é útil preservar o corpo na vida após a morte, onde ele poderá permanecer por toda a eternidade. “Por isso, os antigos egípcios acreditavam que a alma só poderia voltar se o corpo estivesse intacto”, disse, em entrevista à Scientific Reports.
Quem foi o faraó Amenhotep II
Amenotepe II ou Amenófis II foi o sétimo faraó da XVIII dinastia do Antigo Egito. Governou o Egito num período de cerca de vinte e cinco anos. O egiptólogo alemão Jürgen von Beckerath situa o seu reinado entre 1428 e 1397 a.C., enquanto que Nicholas Grimal entre 1425 e 1401 a.C.
Nascido em Mênfis, era filho do faraó Tutemés III, de uma esposa secundária e não era o seu primeiro filho, o primogênito. Assim, durante a sua juventude foi encarregado pelo pai de supervisionar as descargas de madeira no porto de Perunefer, perto da cidade de Mênfis.
Este faraó ordenou vários projectos de construção, como os trabalhos de ampliação do templo de Carnaque, para além de ter ordenado a construção de um templo Kalabcha.
Por fim, ele foi sucedido pelo seu filho Tutemés IV. Amenófis II foi sepultado no túmulo KV35 do Vale dos Reis, local onde se acham a maior parte dos túmulos dos faraós do Império Novo. Em 1898 a sua múmia, que ainda se encontrava no sarcófago, foi descoberta por Victor Loret.
Além de não ser primogênito, sabe-se que ele também teve o seu primogênito morto, então ele indicou como seu sucessor Tutemés IV.