Mark Zuckerberg parece estar aderindo ao caminho do “isso é ok” no fim de um dos possíveis piores anos do Facebook, que está por aí já há 14 anos.
• Demorou, mas em 2018 repararam no poder que o Facebook tem
Em um longo post em que revisa como foi 2018, Zuckerberg começa escrevendo que “seu desafio pessoal era corrigir alguns dos maiores e mais importantes problemas que nossa comunidade enfrenta — seja prevenir interferência em eleições, interromper a disseminação de conteúdo de ódio e desinformação, assegurando que as pessoas tenham controle da informação delas.” Embora ele tenha dito que “sente orgulho do progresso feito”, o post foi publicado 48 horas depois de uma reportagem do New York Times ilustrar que muitos sistemas de moderação de conteúdo do Facebook são ruins ou ineficazes.
Zuckerberg reconheceu o problema de alguns dos grandes desafios do Facebook: ele corretamente fala em “corrigir [questões no Facebook] é um desafio de mais de um ano”, complementando que alguns problemas “como interferência eleitoral ou discurso de ódio podem nunca ser resolvidos”. O executivo listou várias mudanças do produto durante o ano pensadas para reduzir o dano. Mas é aí que o post começa a encobrir o fato de que esses são problemas sérios com resultados potencialmente catastróficos — e que eles existem em grande parte por causa do Facebook.
O cofundador do Facebook também escreveu que melhorou medidas de segurança para assegurar que “pessoas tenham controle sobre suas informações” e que mudanças foram feitas para “prevenir problemas como os que vimos com a Cambridge Analytica aconteçam atualmente”. Mas isso parece desconsiderar outros escândalos recentes de privacidade do Facebook — sem mencionar a revelação do mês passado de que o Facebook considerava vender acesso a dados de usuários. Também ignora a realidade de que os dados dos usuários estão aí, e que os ajustes da plataforma não tornarão este fato menos desconcertante.
“Aprendi muito ao me concentrar nestes problemas e ainda temos muito trabalho a fazer”, escreveu Zuckerberg, acrescentando que “estou orgulhoso do progresso que fizemos em 2018 e grato por todo mundo que nos ajudou a chegar a tal ponto.”
O fato de o Facebook continuar otimista sobre sua influência no mundo parece insensato. A história mostra que o Facebook tem um poder muito maior do que é capaz de gerenciar.
Apesar das boas intenções, as coisas não estão bem no Facebook.