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Não vai ser desta vez que seremos atingidos por este asteroide

Cientistas observaram uma parte do céu que o asteroide QV89 2006 deveria ter passado se ele fosse atingir a Terra este ano e ele não foi avistado.

O asteroide não está nessa imagem, portanto, ele não vai atingir a Terra. Imagem: ESO/O. Hainaut/ESA

Notícias de última hora para todos os amantes do Juízo Final: o asteroide de 20 a 50 metros QV89 2006 NÃO atingirá a Terra no dia 9 de setembro.

Havia uma em 7 mil possibilidades (o que é um número bem pequeno) que o asteroide QV89 2006 atingiria a Terra em dois meses, de acordo com um comunicado da Agência Espacial Europeia e do Observatório Europeu do Sul. Mas observações posteriores confirmaram mais uma vez que nenhum dos asteroides que conhecemos corre o risco de acertar nosso planeta. O mesmo não pode ser dito sobre os asteroides que não conhecemos, é claro.

Atualmente, os cientistas monitoram o céu em busca de asteroides usando algumas pesquisas, e então uma série de telescópios ao redor do mundo é encarregada de fazer o acompanhamento – por meio de mais observações para reunir as propriedades e trajetórias do asteroide. Quanto mais sabemos sobre esses objetos, melhor podemos calcular suas órbitas e avaliar o risco que eles representam.

Os cientistas viram o QV89 2006 em 2006, observaram o objeto por 10 dias e depois não conseguiram encontrá-lo novamente. Isso não é tão surpreendente, dado que um tamanho de 20-50 metros é bastante pequeno no que diz respeito a rochas espaciais. Ainda assim, ninguém quer que sua comunidade seja atingida por um asteroide tão grande. Um asteroide de 20 metros atingiu Chelyabinsk, na Rússia, em 2013, destruindo janelas em toda a cidade e ferindo cerca de 1.500 pessoas (felizmente, nenhuma morte esteve ligada à explosão). Os efeitos de um asteroide maior podem ser piores.

Então, ao invés de tentar encontrar o asteroide novamente para observá-lo melhor, cientistas operando o Very Large Telescope do ESO olharam para uma parte do céu em 4 e 5 de julho que o asteroide deveria ter passado se ele fosse atingir a Terra este ano. Não havia asteroide – e, portanto, não há necessidade de se preocupar com o impacto ou impactos futuros, com base em todos os dados combinados. Esta poderia ser a primeira vez que uma colisão de asteroide foi descartada por um método como este, de acordo com a ESA.

Apesar de não estarmos ameaçados por nenhum asteroide conhecido hoje, as agências espaciais costumam exagerar na defesa planetária – e elas têm um longo caminho a percorrer para melhorar seu monitoramento. O Congresso encarregou a NASA de encontrar 90% dos asteroides com mais de 140 metros (aproximadamente o tamanho de um estádio de futebol), mas simulações e estimativas sugerem que apenas cerca de um terço foram encontrados até agora, disse Kelly Fast, gerente do programa de observação de objetos próximos à Terra da NASA, ao Gizmodo recentemente. Foi estipulada a medida de 140 metros porque essas rochas poderiam ter efeitos regionais catastróficos, mas os asteroides menores ainda podem causar estragos. Felizmente, as estatísticas estão do nosso lado e os asteroides se tornam cada vez menos comuns à medida que aumentam de raio.

Esta não detecção de asteroides demonstra uma peça importante e menos animadora do método científico. Às vezes, não encontrar nada é tão importante quanto encontrar algo.

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