NASA ainda não sabe o que causou apagão no telescópio Hubble e luta para reativá-lo
Um computador defeituoso da década de 1980 está causando dores de cabeça para uma equipe de operações da NASA que luta para colocar o Telescópio Espacial Hubble novamente online.
O problema começou em 13 de junho, quando a máquina de carga útil do Hubble, que controla e coordena os instrumentos científicos da espaçonave em órbita, parou de funcionar. O computador principal entrou em ação colocando todos os instrumentos científicos em modo de segurança, e tem sido assim desde então. Até o momento, todas as tentativas de reiniciar o telescópio falharam.
Um módulo de memória degradado teria provocado a falha de comunicação. Contudo, segundo a NASA explicou na última terça-feira (22), “uma parte diferente do hardware do computador pode ter causado o problema, sendo os erros de memória apenas um sintoma”. A agência agora considera o hardware de Interface Padrão (STINT) uma possível fonte da anomalia. O STINT fornece um link de comunicação para o Módulo de Processamento Central (CPM) do computador de carga útil e outros dispositivos, e o problema também pode ter a ver com o próprio CPM.
“A equipe de operações do Hubble trabalha para coletar todos os dados disponíveis para isolar o problema e determinar o melhor caminho a seguir para trazer o computador de volta às operações”, explicou um porta-voz da NASA em comunicado por e-mail. Contudo, o representante da agência espacial destacou que ainda não há um cronograma definitivo para trazer o dispositivo de volta online.
Se o problema atual persistir, a equipe pode mudar para o hardware STINT e CPM no computador de carga útil de backup. Se isso acontecer, “vários dias serão necessários para avaliar o desempenho do computador e restaurar as operações científicas normais”. Ligar o dispositivo de backup pode ser um movimento arriscado, uma vez que o aparelho não liga desde a sua instalação em 2009.
Um velho de guerra
Lançado em 1990, o telescópio espacial Hubble impactou todos os campos da astronomia. No entanto, o telescópio de US$ 2,5 bilhões (R$ 12,28 bilhões na conversão direta) está começando a mostrar sua idade. O computador com carga útil que está com defeito é um substituto do módulo original. E embora essa substituição tenha acontecido em 2009, os componentes usados datam da década de 1980.
Apesar da preocupação de astrônomos e cientistas terrestres, o Hubble deve permanecer em operação. Atualmente, instrumentos científicos funcionam em modo de segurança. Mas o telescópio de 2,4 metros continua de olho para o cosmos seguindo um cronograma pré-definido. Paul Hertz, diretor de astrofísica da NASA, disse que “a razão de fazermos isso é para que o telescópio continue mudando sua orientação em relação ao sol da maneira que havíamos planejado, e isso mantém sua estabilidade térmica”.
O Hubble é um sobrevivente e tem superado problemas técnicos de forma consistente. O telescópio pode estar envelhecendo, mas espera-se que ele dure até 2030.