Estas são as entranhas do Nintendo Switch
O Nintendo Switch é basicamente um console híbrido feito para cobrir uma lacuna entre consoles portáteis como o Game Boy e sistemas tradicionais como o Nintendo Wii. O problema, no entanto, é que ele não tem tanta potência e basicamente funciona como um tablet. Agora, graças a ao pessoal do Mindtribe, temos uma ideia melhor de como o videogame da Nintendo funciona e como ele foi construído.
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A desmontagem do Mindtribe inclui algumas anotações técnicas que deixam as coisas ainda mais interessantes e acessíveis, se compararmos com as tradicionais desmontagens do iFixit ou Fictiv. Nesse passo-a-passo, dá para perceber alguns feitos da engenharia e truques que a equipe da Nintendo tirou da cartola. É especialmente interessante se você está curioso para saber como um console híbrido funciona – e como algumas das suas características e possibilidades podem mudar no futuro próximo.
A desmontagem deixa claro quanto tempo e esforço foi necessário para refinar cada detalhe. Se você já abriu algum aparelho popular antes, provavelmente percebeu as marcas de moldagem por injeção, comuns em dispositivos como esses. O que é único no Switch, no entanto, é que eles estamparam uma data (15 de novembro de 2016, nesse modelo em particular) que te dá uma ideia de quanto tempo a linha de produção tem funcionado e de qual lote a sua unidade veio. Isso é ótimo para identificar quais consoles são mais antigos e quais são mais novos.
Por debaixo da case, encontramos a placa-mãe, bateria, e outros componentes importantes que permitem a máquina funcionar. Um dos componentes mais facilmente identificáveis é o enorme dissipador de calor (essa peça de cobre gigante) que fica bem no meio do sistema.
O dissipador de calor é usado principalmente para resfriar o processador Nvidia Tegra personalizado, que aquece bastante, dado o seu pequeno tamanho e alto poder de processamento. O Mindtribe para discordar da percepção de que o Switch é só um pouco mais do que um tablet, e já que não concordamos completamente nesse assunto, podemos dizer que o chip Tegra realmente tem um poder de processamento gráfico impressionante.
O grande problema é que esse poder de processamento gera muito, muito calor. A solução do dissipador é bem esperta, mais do que parece de primeira vista. A Nintendo comprimiu o tubo para aumentar sua horizontalidade e então o preencheu com líquido de refrigeração para maximizar a dissipação. Há também um pequeno radiador e ventilador posicionado ao lado da bateria. O que explica o porquê do console nunca ficar tão quente como outros dispositivos com processador Tegra.
Mais a fundo no console, há o relativamente novo conector USB Tipo-C que atende todas as necessidades de recebimento de energia e troca de dados do dispositivo. A Nintendo parece ter dado uma atenção extra na durabilidade do conector, provavelmente porque o console passará boa parte do tempo sendo levado pra lá e pra cá.
Uma das coisas mais legais dessa desmontagem foi ver que os microchips possuem pequenos pictogramas das orientações dos chips. O pessoal do MindTribe diz ainda que existem marcas de diodo se você olhar atentamente da placa de circuito. Essas pequenas anotações provavelmente servem para ajudar a Nintendo a evitar que qualquer coisa seja instalada incorretamente.
A equipe sugere ainda que a Nintendo poderia adicionar facilmente um aspecto de realidade virtual ao console e alguns outros acessórios. É uma boa notícia para quem comprou o Switch, mas precisamos dizer que não estamos esperando por isso exatamente. Queremos mais jogos. Até isso acontecer, o Nintendo Switch é basicamente um tablet muito bem construído, com um bom jogo.
Todas as imagens: MindTribe