Ciência

Nova técnica pode criar absorvente menstrual feito de plantas suculentas

Cientistas descobriram processamento de fibra de sisal, planta resistente à seca, que torna material altamente absorvente
Imagem: Natracare/ Unsplash/ Reprodução

Um novo estudo publicado na revista Communications Engineering descreve como utilizar a sisal (Agave sisalana), planta tolerante à seca, para produzir um material que absorve líquidos. Agora, os pesquisadores sugerem que este mesmo método pode desenvolver absorventes menstruais para quem vive em regiões áridas e semiáridas. 

Entenda a pesquisa

Primeiramente, os cientistas da Universidade de Stanford, nos EUA, trataram as fibras extraídas das folhas de sisal com ácido peroxi fórmico e hidróxido de sódio. Depois, deixou-as secando naturalmente. Por fim, ao misturá-las, eles obtiveram um material fofo e altamente absorvente.

Então, para testar essa possível função do novo material, os cientistas criaram um protótipo. Ele consistia em uma camada inferior impermeável, obtida de um absorvente menstrual comercial. No meio, uma camada das fibras de sisal e, por cima, um material poroso.

Por meio de testes durante o estudo, os pesquisadores descobriram que as fibras trabalhadas são capazes de absorver mais água do que um absorvente menstrual feito de algodão — aqueles que estão disponíveis para compra em farmácias, perfumarias e supermercados.

O novo tipo de absorvente é viável?

Durante a pesquisa, os cientistas também identificaram que o processamento das fibras de sisal deve melhorar em termos de uso de recursos e energia. 

No estudo, eles estimam que a fabricação em laboratório de um quilo de sisal processado gera cerca de 3,5 quilos de dióxido de carbono e consome algo entre 44,6 e 119,6 litros de água.

Ao mesmo tempo, a produção de absorventes menstruais com base de algodão gera de 1,6 a 5,3 quilos de dióxido de carbono e consome entre 64,5 e 139,5 litros de água. 

Por fim, a fabricação de absorventes a partir de madeira de pinheiro processada, que também é bastante utilizada pela indústria, apresenta um uso de recursos mais sustentável. Ela gera de 0,5 a 1,1 quilos de dióxido de carbono. Enquanto isso, consome 61,8 litros de água.

Por enquanto, os autores da pesquisa alegam que mais estudos são necessários para explorar maneiras de aumentar a sustentabilidade do processamento da sisal. 

A ideia é investigar se o resíduo líquido do processo, que é rico em polímeros, pode ser usado na produção de fertilizantes. Ou então em outras partes do absorvente menstrual.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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