Ciência

Novo aplicativo detecta autismo com até 88% de precisão

Aplicativo SenseToKnow se mostrou mais seguro que o questionário padrão; quando combinados, a precisão para detectar autismo foi ainda maior
Imagem: Caleb Woods/ Unsplash/ Reprodução

O aplicativo SenseToKnow se mostrou bastante efetivo na detecção do transtorno do espectro do autismo (TEA) em crianças. Em testes, ele demonstrou cerca de 88% de precisão, o que significa que identificou corretamente a maioria das crianças com a condição.

Em geral, a detecção do autismo é complexa. Feita por um questionário aos pais, ela pode ter falhas, especialmente em ambientes que não são especializados em TEA, como a atenção primária, por exemplo.

Por isso, crianças negras e meninas enfrentam dificuldade de diagnóstico. Qualquer intervenção precoce adequada não é possível de fazer, sem identificar o TEA, de forma que os pacientes sejam prejudicados.

Pensando nisso, pesquisadores do Centro de Excelência em Autismo da Universidade Duke desenvolveram o aplicativo SenseToKnow.

Entenda como funciona o novo aplicativo

O app rastreia sinais iniciais de autismo através da interação das crianças com curtas-metragens concebidos para suscitar uma série de padrões comportamentais. 

De modo geral, ele analisa as expressões faciais, os movimentos da cabeça, a frequência de piscar de olhos, a resposta das crianças ao próprio nome, sua atenção social e outras habilidades motoras. 

Tudo é registrado e, ao final, o aplicativo indica um resultado positivo ou negativo para o TEA.

Depois que os cientistas desenvolveram essa metodologia, eles testaram em 475 crianças de 17 meses a 3 anos. Os participantes que receberam resultado positivo pelo aplicativo tiveram cerca de 40% de probabilidade de receber o diagnóstico de autismo posteriormente.

Nos questionários tradicionalmente usados, esse número cai para 15%. Então os pesquisadores testaram a combinação do aplicativo e do questionário. 

Como resultado, a probabilidade de uma criança com exame positivo receber o diagnóstico de autismo subiu para 63,4%.

Isso indica que a ciência avançou mais um passo no rastreio de TEA, com a possibilidade de reduzir as disparidades de detecção, uma vez que a nova metodologia foi consistente em crianças de diferentes sexos, raças e etnias.

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Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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