O Motorola Razr reinventado está há venda há seis meses, mas, de acordo com novos rumores, pode haver um novo modelo a ser lançado antes do fim do ano, com especificações significativamente mais robustas, software atualizado e até suporte a 5G.
Após alguns atrasos, o atual Razr finalmente foi colocado à venda em fevereiro por US$ 1.500 (no Brasil, chegou por R$ 8.999), com especificações de aparelho intermediário, incluindo um processador Snapdragon 710, 6 GB de RAM, 128 GB de armazenamento, bateria de 2.510 mAh e, é claro, uma tela flexível de 6,2 polegadas OLED.
No entanto, apesar de ter esgotado na primeira semana e terem unidades limitadas, o Razr 2020 foi rapidamente superado pelo Galaxy Z Flip, o segundo dobrável da Samsung, que oferece melhor desempenho, mais câmeras, maior duração de bateria e, o mais importante, melhor qualidade de construção. Além de tudo isso, ele era vendido por US$ 100 a menos nos EUA — no Brasil, o preço dos dois era o mesmo: R$ 8.999.
Mas agora, de acordo com uma fonte que conversou com o XDA Developers, a Motorola está trabalhando em um Razr dobrável atualizado de codinome “Smith”, que deve corrigir muitas das deficiências do Razr atual. Em vez de um chip Snapdragon 710, o novo deve ter um processador Snapdragon 765, 8 GB de RAM, 256 GB de armazenamento, uma nova câmera principal de 48 MP e até uma bateira maior de 2.845 mAh.
No entanto, embora o novo chip Snapdragon 765 tenha 5G, ele pode suportar apenas redes 5G sub-6GHz, o que parece um pouco estranho, pois a primeira versão do aparelho era exclusiva da Verizon nos EUA, cuja rede atual de 5G consiste em ondas milimétricas (mmWave). A Verizon está trabalhando para adicionar cobertura de 5G sub-6GHz à sua rede, mas isso só deve ser lançado depois de setembro.
Infelizmente, mesmo com seus componentes atualizados, além da adição do suporte ao 5G (que ainda não teve uma tração significativa entre os compradores comuns de smartphone), o Razr atualizado apenas “empataria” com as especificações do Galaxy Z Flip. Isso significa que a única grande vantagem do Razr sobre o Z Flip seria sua tela externa maior, que é mais funcional do que a pequena tela de 1,1 polegada que a Samsung forneceu ao Galaxy Z Flip.
Isso pode forçar a Motorola a competir mais no preço, porque se o novo Razr ostentar um preços semelhante de US$ 1.500, pode ser difícil conseguir vender o aparelho, principalmente porque a Samsung espera lançar também um Galaxy Fold de segurança geração em outono no hemisfério norte (até o fim de junho).
Mas o que pode ser ainda mais preocupante é que a fonte do XDA Developers não mencionou se a Motorola faria alterações na tela do Razr. No lançamento, ela contou com vários problemas, incluindo vincos, rachaduras e, às vezes, até barulhos na dobradiça. E mesmo com a Samsung adicionando uma camada de vidro flexível ultrafino ao Z Flip, ainda se sabe pouco sobre durabilidade a longo prazo de aparelhos com telas flexíveis.
Com base em rumores e comentários feitos pelo gerente geral da Lenovo para África do Sul em uma recente participação em um podcast, o novo Razr parecia estar previsto para ser lançado em setembro, embora não esteja claro se esse prazo será adiado devido ao impacto do COVID-19.
Na minha opinião, lançar um Razr atualizado sem melhorar sua tecnologia de tela flexível é meio desnecessário. O mercado de gadgets dobráveis não é grande o suficiente para isso. Nele, não são realmente necessárias especificações que não atendam a preocupações maiores de design, e eu prefiro ver os fabricantes de telefones gastando seus recursos em saltos geracionais maiores.
Dito isto, se a Motorola pode reduzir o preço do Razr para US$ 1.000 ou menos, isso pode ajudar bastante a tornar os telefones dobráveis uma alternativa mais razoável aos aparelhos tradicionais. De qualquer forma, será interessante ver qual rota a empresa seguirá.