Novo tipo de tomate é desenvolvido com composto saudável do mirtilo
O criador do tomate roxo também já desenvolveu novas versões de tomate cereja, kiwi uma fruta doce em forma de pêra e mais. Saiba os detalhes
Isabela Oliveira
Em 2011, após dez anos de experimentos, o professor da Faculdade de Ciências Agrícolas da Oregon State University Jim Myers mostrou um novo tomate roxo. A criação, chamada de Indigo Rose, contém um composto saudável em comum com os mirtilos: as antocianinas. Agora, depois de novos aperfeiçoamentos, o novo tomate — ainda não batizado — vai finalmente para o mercado norte-americano.
Embora a cor roxa seja uma novidade interessante, são os benefícios para a saúde das antocianinas na casca que atraíram o público e o mercado. O pigmento é o que torna o fruto roxo, mas além disso, ainda contém antioxidantes saudáveis.
O Indigo Rose não é o primeiro tomate de cor arroxeada a existir. O Cherokee Purple, o Black Krim e o Black Prince já eram conhecidos pelos fazendeiros antes. A diferença é que suas tonalidades vêm da feofitina, um pigmento que não contém antocianinas.
Com a boa recepção do tomate, nos últimos onze anos, Myers criou outros quatro alimentos: um tomate cereja com sabor e rendimento superior, uma fruta doce em forma de pêra, um kiwi com melhor hábito de crescimento, sabor e resistência ao enrolamento das folhas, e, por fim, uma pasta de tomate para molho. Todas as criações, aliás, estão disponíveis para compra online como sementes.
Como surgiu o tomate roxo Indigo Rose?
Usando material genético de tomates silvestres armazenados na Universidade da Califórnia, Myers fez o cruzamento que resultou no Indigo Rose. O estoque foi coletado na década de 1960 no Chile e nas Ilhas Galápagos. Os criadores cruzaram os tomates silvestres com variedades cultivadas, mas a pesquisa só avançou com Myers, no início dos anos 2000.
Na época, o estudante de pós-graduação Carl Jones tentava descobrir como os tomates afetam a saúde humana. Enquanto estudava o germoplasma das espécies selvagens, ele notou uma nova cor púrpura, segundo Myers.
Então, eles começaram a trabalhar para desenvolver um tomate de qualidade com os benefícios das antocianinas. Por 11 anos, a equipe plantou tomates e acompanhou seu crescimento. Todos os anos, eles cruzavam os tomates com os melhores roxos, escolhendo os mais promissores. Vale lembrar que a produção não utilizou genes geneticamente modificados.
Outro detalhe: o produto não poderá ser vendido na Europa, onde a legislação proíbe a comercialização e entrada de alimentos transgênicos.