Crescimento de novos casos de coronavírus fez com que Seul fechasse bares e casas noturnas
Dias depois de a Coreia do Sul relaxar suas medidas de distanciamento social, Seul, sua capital, voltou a fazer restrições após dezenas de novos casos de coronavírus serem ligados a bares e casas noturnas.
Neste sábado (9), o prefeito de Seul, Park Won-soon, fechou os bares e casas noturnas da cidade e alegou que pelo menos 40 infecções estavam ligadas aos locais. Segundo o New York Times, Park repreendeu as pessoas que foram às boates e não seguiram medidas de segurança adequadas, como o uso de máscaras, e as acusou de colocar em risco a saúde do país.
“Por causa do descuido de algumas pessoas, todos os nossos esforços até agora podem ser desperdiçados”, disse Park.
Ao contrário de alguns estados no Brasil e outros países, a Coreia do Sul não implementou o lockdown para controlar a propagação do coronavírus. Em vez disso, o país tem contado com uma política de testes em massa, rastreamento de contatos e a disposição voluntária das pessoas de ficarem em casa.
A investigação de possíveis casos em casas noturnas e bares começou depois que um homem de 29 anos deu positivo para o vírus na quarta-feira (6). Antes de seu exame dar positivo, as autoridades sanitárias souberam que ele havia visitado três boates em Itaewon, um popular bairro noturno em Seul.
De acordo com o NYT, as autoridades conseguiram rastrear 7.200 pessoas que haviam visitado cinco boates onde o vírus poderia ter se espalhado.
A Coreia do Sul anunciou que relaxaria as diretrizes de distanciamento social e permitiria a reabertura em fases de negócios que haviam fechado. Essas medidas começaram 6 de maio. Mesmo que o governo estivesse relaxando as diretrizes de distanciamento social, as pessoas seriam obrigadas a manter uma distância de até seis metros e meio dos outros, ficar em casa por três ou quatro dias se ficassem doentes, lavar as mãos e usar máscaras, informou o Korea Herald.
O governo havia planejado afrouxar suas diretrizes quando conseguisse controlar o surto de COVID-19. No entanto, o ministro da saúde do país, Park Neung-hoo, afirmou que a Coreia do Sul voltaria à campanha de distanciamento social “a qualquer momento, caso a situação se agravasse“.
A julgar pela rapidez com que Seul fechou as casas noturnas e bares, o governo falava sério. Embora a Coreia do Sul seja admirada mundialmente por ter conseguido reduzir drasticamente as infecções e conter a doença, as coisas estão longe de funcionar como de costume no país.
O NYT observa que as casas de banho e casas noturnas medem as temperaturas de todos que entram. Enquanto isso, alunos usam máscaras nas aulas e não estão autorizados a praticar esportes de contato. Autoridades governamentais dizem que uma segunda onda de casos é inevitável. Seu objetivo é retardar a propagação e evitar que ela exploda em centenas ou milhares de casos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até domingo (10), a Coreia do Sul teve 10.874 casos e 256 mortes causadas pelo novo coronavírus.