O Wi-Fi 6 já está entre nós: o que você deve saber sobre o padrão de redes móveis

Estão pintando cada vez mais dispositivos Wi-Fi 6. Explicamos a importância deles e como devem deixar sua rede sem fio mais rápida.
Mulher segurando papel com o símbolo do Wi-Fi. Crédito: rawpixel/Unsplash
Crédito: rawpixel/Unsplash

Prepare-se para a próxima geração de tecnologia Wi-Fi: o Wi-Fi 6 (pois este é seu nome) começou a aparecer em dispositivos no ano passado. Mas você terá que jogar fora seu roteador antigo e comprar um novo? E isso vai fazer o seu Netflix funcionar mais rápido? Aqui está tudo o que você precisa saber sobre o novo padrão.

Uma breve história do Wi-Fi

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Aqueles de vocês com certa idade se lembrarão de quando o acesso à internet em casa era todo cabeado – apenas um computador conseguia ficar online, um único MP3 demorava meia hora para baixar e você não conseguia usar o telefone fixo ao mesmo tempo.

Com o tempo, a tecnologia Wi-Fi aos poucos se tornou barata e compacta o suficiente para caber em um roteador adequado para uso doméstico. O primeiro protocolo Wi-Fi apareceu em 1997, oferecendo velocidades de transferência de 2Mbit/s, mas foi apenas com a chegada do 802.11b com velocidades de 11Mbit/s em 1999 que as pessoas começaram a pensar seriamente no Wi-Fi doméstico.

Roteador Netgear. Crédito: Alex Cranz/Gizmodo
Foto: Alex Cranz/Gizmodo

Os padrões Wi-Fi, assim como uma série de outros padrões eletrônicos, são gerenciados pelo IEEE: The Institute of Electrical and Electronics Engineers. Especificamente, IEEE 802 se refere aos padrões de rede local e 802.11 se concentra em LAN sem fio. Nos mais de 20 anos desde a chegada do 802.11b, vimos vários novos padrões serem lançados, embora nem todos se apliquem ao kit de rede doméstica.

A introdução do 802.11g em 2003 (54 Mbit/s) e do 802.11n em 2009 (impressionantes 600 Mbit/s) foram momentos significativos na história do Wi-Fi. Outro avanço significativo foi a introdução de roteadores de banda dupla com as bandas de 2,4 GHz e 5 GHz, vinculado à chegada do 802.11n, que poderia oferecer velocidades mais rápidas em intervalos mais curtos.

Logotipo da Wi-Fi AllianceImagem: Wi-Fi Alliance

Hoje, com o 802.11ac em vigor, essa banda de 5 GHz pode atingir velocidades de 1.300 Mbit/s, então estamos falando de velocidades mais de 600 vezes mais rápidas do que eram em 1997. Wi-Fi 6 dá esse outro passo em frente, mas não é apenas a velocidade que está melhorando.

Explicar a tecnologia Wi-Fi pode ser bastante técnico. Muitas das melhorias recentes, incluindo aquelas que chegam com Wi-Fi 6, envolvem alguma engenharia esperta em um dispositivo para conseguir espremer mais largura de banda dos 2,4 GHz e 5 GHz existentes que seu roteador já utiliza. O resultado final é mais capacidade nos mesmos canais, com menos interferência entre eles, assim como velocidades de transferência de dados mais rápidas.

Aumentando o Wi-Fi até o seis

Uma das mudanças mais importantes que o Wi-Fi 6 traz com ele é, obviamente, o novo sistema de nomenclatura: usar uma simples sucessão de números tornará muito mais fácil para os consumidores acompanharem os padrões e verifique se eles têm um kit compatível configurado. O termo mais técnico para Wi-Fi 6 é o 802.11ax, se você preferir o nome antigo.

Os padrões mais antigos também estão sendo renomeados retroativamente – o padrão 802.11ac passa a ser Wi-Fi 5, o padrão 802.11n passa a ser Wi-Fi 4 e assim por diante. O novo nome Wi-Fi 6 aparece em produtos de hardware e menus de software internos desde 2019, além daqueles pequenos logotipos descolados não muito diferentes do que o Google usa para seus dispositivos Chromecast.

Evolução das versões do Wi-Fi Imagem: Wi-Fi Alliance

Como sempre, as melhorias com esta última geração de Wi-Fi estão em duas áreas principais: velocidade bruta e taxa de transferência (se o Wi-Fi fosse uma rodovia, estaríamos falando sobre um limite máximo de velocidade mais alto para veículos e também mais pistas para lidar com mais veículos de uma só vez). O Wi-Fi 6 oferece suporte para streaming de vídeo de 8K, desde que seu fornecedor de internet lhe dê acesso a velocidades de download suficientes em primeiro lugar.

Na prática, isso significa suporte para taxas de transferência de 1,1 Gbit/s na banda de 2,4 GHz (com quatro fluxos disponíveis) e 4,8 Gbit/s na banda de 5 GHz (com oito fluxos disponíveis), essas velocidades podem, na verdade, aumentar (no laboratório já chegaram a 10 Gbit/s). A grosso modo, você pode esperar aumentos de velocidade de 4 a 10 vezes em seu Wi-Fi.

Captura de tela de slide dizendo que até 2022 haverá capacidade para quatro vezes mais dispositivos com Wi-Fi 6. Crédito: Qualcomm
Imagem: Qualcomm

Outra melhoria que o Wi-Fi 6 trará é a eficiência aprimorada, o que significa um consumo de energia menor, o que significa menos sobrecarga na vida da bateria (ou números mais baixos na conta de eletricidade). É difícil quantificar a diferença com exatidão, mas é mais um passo na direção certa para os padrões Wi-Fi – não devem sugar a carga do seu telefone ou laptop sempre ligado na velocidade máxima.

Refinamentos no hardware e firmware do Wi-Fi 6 também devem significar melhor desempenho em ambientes lotados. Você pode finalmente conseguir obter um sinal forte no seu café preferido, mas não prenda a respiração. Como sempre, uma série de outros fatores (paredes, micro-ondas, o número de pessoas transmitindo Netflix em sua casa) terão impacto nas velocidades finais que você vê.

O que você terá que fazer?

Não muito. Como geralmente é o caso, o Wi-Fi 6 será compatível com todos os equipamentos Wi-Fi existentes, então se você trouxer algo da loja de gadgets que suporta o novo padrão, funcionará bem com sua configuração atual— você simplesmente não será capaz de conseguir as velocidades mais rápidas até que tudo esteja habilitado para Wi-Fi 6.

Quanto tempo isso levará vai depender dos fabricantes de hardware, desenvolvedores de software, provedores de serviços de internet e todos os demais na indústria. Você pode apenas ter que esperar até que o provedor de banda larga de sua escolha considere o momento certo para atualizar o hardware que ele fornece para você (embora você possa apenas trocar o roteador).

Entradas RJ-45 de um roteador. Crédito: Adam Clark Estes/Gizmodo
Foto: Adam Clark Estes/Gizmodo

Quando você estiver fora de casa, pode começar a ver certas redes anunciando velocidades mais rápidas, usando a nova terminologia, mas esta reformulação da marca é nova: Teremos apenas que esperar para ver como esses novos nomes e logotipos seriam usados ​​na prática. Você trocaria de café por causa de uma conexão Wi-Fi 6?

Lembre-se de que também vai demorar um pouco para que isso seja implementado corretamente. Quando dizemos que foi em 2019, esse é o primeiro momento em que dispositivos Wi-Fi 6 totalmente aprovados começaram a aparecer em cena, então pode levar meses ou anos até que todos percebam. Alguns dos primeiros dispositivos que fazem uso da tecnologia já entraram em cena.

Captura de tela mostra estrada com vários carros dizendo, em inglês: adicionar capacidade e eficiência libera tráfego para o Wi-Fi. Crédito: Qualcomm
Imagem: Qualcomm

Mesmo que você não tenha problemas com as velocidades de download e upload no momento, o Wi-Fi 6 destina-se a corrigir alguns dos pontos problemáticos que ainda existem: tentar conseguir Wi-Fi decente em um espaço lotado, por exemplo, ou tentar conectar 20 dispositivos diferentes ao mesmo roteador doméstico sem que o desempenho sem fio caia de um penhasco.

Se você pensar sobre o número de alto-falantes e luzes inteligentes e aparelhos de streaming configurados em uma casa moderna, qualquer coisa que acrescente mais capacidade à rede vai ajudar. E, claro, essas velocidades de transferência de dados mais rápidas também não atrapalham nada.

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