O que é o Nipah, vírus monitorado pela OMS e altamente transmissível
Após um adolescente morrer por uma infecção do vírus Nipah, no último sábado (20), as autoridades de saúde da Índia trabalham para conter uma possível epidemia do vírus, considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como extremamente transmissível.
O garoto de 14 anos morreu em Kerala, estado no Sul da Índia, considerado como uma das áreas com maior risco de um surto do vírus Nipah, segundo autoridades.
O vírus Nipah é letal e sua transmissão ocorre por morcegos da família Pteropodidae e outros animais como porcos. Segundo a OMS, o vírus Nipah causou surtos severos de doenças e mortes em Bangladesh e na Índia desde 2001.
Com a morte do garoto, as autoridades de saúde de Kerala estão em alerta máximo e monitoram 60 pessoas com alto risco de infecção.
Vírus Nipah
A OMS classifica o Nipah como um patógeno prioritário, ou seja, o vírus tem alto potencial epidêmico e não possui vacina ou tratamento específico. A doença pode causar febre alta, inchaço cerebral e, em casos graves, levar à morte.
De acordo com a agência Reuters, a ministra da saúde de Kerala, informou que o governo estadual criou 25 comitês para identificar e isolar as pessoas infectadas com o vírus.
Além disso, as autoridades instalaram enfermarias isoladas em hospitais da região.
Segundo o diretor de medicina intensiva no Hospital Aster MIMS em Calicut, Anoop Kumar, a chance de um surto de Nipah vírus é mínima. No entanto, de acordo com ele, as autoridades de saúde monitoram a situação de perto.
A lista de contatos primários do menino infectado inclui 214 pessoas, das quais 60 são consideradas de alto risco.
Os familiares do adolescente estão em observação em um hospital local, e outras pessoas que possam ter sido expostas ao vírus foram orientadas a se isolar em casa.
Esta não é a primeira vez que Kerala enfrenta o vírus Nipah. Em 2018, o estado registrou dezenas de mortes associadas à doença. De acordo com a OMS, a taxa de fatalidade por caso de infecção do vírus Nipah vai de 40 a 75%. Essa variação depende da capacidade de gestão de surtos epidêmicos do local.