O que é o Ramadã? Entenda o mês sagrado muçulmano que começa hoje
A partir desta quarta-feira (22), muçulmanos de todo o mundo celebram o Ramadã, período sagrado em que fiéis do Islã fazem jejuns e orações diariamente. As celebrações duram todo o mês, que é o 9º no calendário islâmico, e vão até 21 de abril.
Trata-se de uma tradição milenar. Os muçulmanos entendem que o Ramadã foi o mês em que os primeiros versículos do Alcorão foram revelados para o profeta Moamé (ou Muhammad), há mais de 1,4 mil anos.
Por isso, o livro sagrado do Islã orienta que os fiéis não comam, bebam, fumem ou tenham relações sexuais durante o dia ao longo deste mês. Na prática, eles devem manter o jejum desde o nascer até o pôr do sol.
A abstinência nesse período integra cinco pilares que todos os muçulmanos com condições físicas e financeiras devem cumprir ao longo da vida. São eles:
- Shahada: testemunho da fé (crença de que não existe outra divindade além de Deus e que Moamé é o mensageiro desta fé)
- Salat: orações diárias (cinco orações públicas feitas diariamente, sempre voltadas para Meca)
- Zacat: caridade (doação anual obrigatória, geralmente corresponde a 2,5% da riqueza de cada indivíduo)
- Saum: jejum durante o Ramadã
- Hajj: peregrinação a Meca (local de nascimento do profeta Maomé e da religião islâmica. Só muçulmanos podem entrar na cidade, que fica na Arábia Saudita)
Qual a data exata do Ramadã
Quem estabelece a data de início do Ramadã é o calendário islâmico, que se baseia nos ciclos lunares e tem meses com 29 ou 30 dias. Por isso, é comum que o mês sagrado não comece todos os anos no mesmo dia.
Mas a regra é que o Ramadã comece exatamente quando fica possível avistar a lua crescente em Meca. Ou seja, o início varia conforme a localização dos fiéis. Ao final do mês, os muçulmanos celebram o feriado Eid al-Fitr, que dura três dias.
No período, é comum que os islâmicos realizem festas com familiares e amigos, visitem mesquitas e troquem presentes.
Por que o jejum durante o Ramadã?
Na prática muçulmana, entende-se que o jejum aproxima os fiéis de Deus e lembra do sofrimento dos mais pobres. Assim como em outras religiões, o ato de privação é visto como uma forma de purificação espiritual.
Isso significa que, além de não se alimentar durante o dia, os islâmicos também não devem brigar, falar palavrões ou falar de outras pessoas, por exemplo.
Mas nem todo mundo precisa jejuar. Crianças, idosos, doentes, mulheres grávidas ou menstruadas, além de pessoas que estão em viagens, podem se alimentar. Aqui vale a mesma regra para os pilares básicos do Islã: só faz quem tiver capacidade física, mental e financeira.